A rede mundial de agências de propaganda McCann Worldgroup lançou uma pergunta aos seus colaboradores e clientes globais para levantar o mapa das cidades que vão fazer diferença na vida das pessoas no futuro próximo. Colheram 900 citações de cidades dos quatro cantos do mundo. Após cruzar os dados, elegeram 40 cidades que resultaram em três listas das mais citadas. A surpresa ficou por conta da inusitada classificação da rede social Facebook como uma cidade. É apontada como “a cidade digital capaz de conectar 500 milhões de habitantes”.
No primeiro bloco de cidades ficaram as que já se impõem no cenário atual por causa das boas perspectivas econômicas e também são foco de diferentes interesses globais. No segundo, relacionaram as que, em breve, entram no radar. Já no terceiro, listaram as cidades que guardam características que podem vir a surpreender.
Rio de Janeiro e São Paulo estão entre as eleitas. A primeira aparece no bloco da frente por causa da realização dos Jogos Olímpicos em 2016. Todo o tipo de investimentos em infraestrutura é esperado e põe os olhos do mundo no roteiro das belezas cariocas. São Paulo, por sua vez, surgiu, ao lado da Cidade do México e de Lagos, na Nigéria, como uma das megalópoles de países emergentes que estão ensinando como transformar o caos urbano, em que se desenvolveram, em espaços habitáveis de convivência com soluções originais.
O surpreendente é que, se as duas cidades brasileiras passaram a integrar o time das mais citadas como atrativas para negócios e investimentos – ao lado das tradicionais capitais mundiais como Paris, Nova York e Tóquio -, outras cidades de porte e sempre presentes nessas listas globais, como Roma, Moscou, Sidney e Bruxelas, não foram sequer mencionadas.
Participaram do levantamento profissionais de planejamento da rede de agências McCann, que está em 167 países, empresários e diretores de marketing. Com uma visão de mundo influenciada pelas mudanças que estão alterando a correlação de forças econômicas para um eixo onde se abre espaço para as novas potências como a China, não é de espantar que a cidade de Xangai seja apontada como “a nova capital mundial do século 21”. Ao mesmo tempo, continentes pouco relacionados em listas do gênero, como a África, ganharam várias menções por estarem se tornando polos de produção de bens e serviços com o avanço dos países emergentes.
Esse tipo de estudo é realizado pela empresa desde 1995 para tomar o pulso das tendências de comportamento e consumo que vão influenciar a tomada de decisões pelos homens de marketing. “É a primeira vez que fazem um levantamento tão amplo sobre cidades”, conta o publicitário Washington Olivetto, chairman da WMcCann no Brasil. “Em Tóquio, por exemplo, monitoram frequentemente o comportamento das novas mães que vivem digitalizadas.”