Cesta de pães: sindicato recomenda pesagem. |
Pesar o pão. Essa medida simples, mas ainda pouco praticada é a principal arma do consumidor para evitar a maquiagem do produto. A pesagem é uma recomendação do Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Paraná(Sipcep) , do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (IPEM) e do Procon-PR. A maquiagem do pão não representa, na verdade, uma novidade. Basta um aumento no preço do trigo para que algumas panificadoras e confeitarias iniciem o “procedimento”.
Desde o começo do ano até agora o trigo sofreu um reajuste de 184%, segundo o Sipcep. O aumento fez com que muitos estabelecimentos preparassem ?armadilhas? para os clientes. Segundo a portaria 003/97 do Inmetro, o pão vendido por unidade tem de pesar 50 gramas, com tolerância mínima de 47,5 gramas. No entanto, de acordo com Joaquim Cancela, presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação (Sipcep), muitos panificadores vendem um pão mais leve e tentam ludibriar o consumidor com um preço menor. “Com um pão menor dá para cobrar entre cinco e dez centavos a menos. É o que alguns companheiros fazem”, avisa.
Outra prática dos panificadores é quanto a venda dos mini-pães, que comumente pesam entre 35g e 40g. Pela determinação do Inmetro, pães com menos de 50 gramas têm de ser obrigatoriamente vendidos por quilo. No entanto, muitos comerciantes não respeitam a determinação. “Temos registrado vários casos de venda por unidade. O que é proibido”, explica o gerente de pré-medidos do Ipem, Sérgio Camargo. A maquiagem, de acordo com ele, consiste em fazer um mini passar por um francês de 50 gramas. “Aí que é a armadilha. O empresário vende mais ou menos pelo mesmo preço e economiza na quantidade do produto”, garante Naim Akel Filho, coordenador-geral do Procon
As ?falsificações? fizeram com que o Ipem aumentasse o número de infrações de 15 em setembro para 27 em outubro. “Temos recebido muitas denúncias e estamos fiscalizando, na medida possível”.
Sérgio, no entanto, diz que o Ipem não tem o mesmo poder do consumidor. “Não podemos estar em todos lugares. O consumidor quando vai comprar o pão tem o direito de exigir a pesagem”. Naim concorda. Para ele, por mais, que o Procon se esforce é o consumidor quem tem o poder maior e deve exigir a pesagem.