O Ibovespa defendeu a região dos 103 mil pontos pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira, aproveitando os ventos externos e perspectivas locais mais favoráveis. Os papéis de companhias que podem ser beneficiadas pela retomada da economia, como varejo e construção civil, deram o tom positivo à sessão de negócios depois de recuarem na véspera ao mesmo tempo em que dados de vendas no país surpreenderam positivamente. No contraponto, todas as blue chips fecharam no vermelho.

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A bolsa abriu em alta firme com os investidores comprando risco com melhores perspectivas a respeito do fôlego que a economia brasileira pode estar tomando. Notícias de que as vendas no varejo em julho avançaram 1% em relação ao mês anterior, sendo o melhor desempenho para o mês de 2013, e de que o governo está destravando a contratação de unidades do Minha Casa Minha Vida, ajudaram a impulsionar o índice que chegou a bater na máxima dos 104.155 pontos.

No entanto, na segunda parte do dia, uma virada de mão na cotação do petróleo no mercado internacional, com o anúncio de que os Estados Unidos podem relaxar as sanções sobre o Irã, abateu os papéis da Petrobras, que juntamente com uma realização para o setor de bancos, limitaram os ganhos do Ibovespa, que ainda assim encerrou o dia em alta de 0,40%, aos 103.445,60 pontos. O giro financeiro foi de R$ 16,3 bilhões.

Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, sem fato novo para alavancar a bolsa, toda vez que chega perto dos 104 mil pontos, ela volta. “Tem subido em função de eventos setoriais e corporativos, mas para alavancar precisa de um fato importante que empolgue os investidores locais, que é quem está puxando a bolsa.”

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A notícia quase no encerramento do pregão de que o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, foi exonerado do cargo por causa de divergências sobre a implantação de um novo tributo nos moldes da antiga CPMF não teve impacto nos papéis. Monteiro lembra que os investidores não acreditavam que esse novo tributo iria passar no Congresso, ainda mais após declarações bastante contundentes tanto do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quanto do Senado, David Alcolumbre (DEM-AP). “O que o governo tem que fazer não é arrecadar mais, e, sim, cortar despesas”, diz.