Contrariando a instabilidade externa e com viés de baixa, o Ibovespa sobe acima dos 112 mil pontos nesta terça-feira, 17. A perspectiva de aceleração da atividade econômica mais rápido que o previsto antes, citada na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), é um dos fatores que permitem valorização na B3. Na segunda-feira, 16, o Ibovespa caiu 0,59% (111.896,04 pontos), interrompendo três elevações seguidas.
“Essa visão melhor do Banco Central para a atividade brasileira deve estimular”, cita um operador.
O documento do BC, divulgado esta manha, cita que os membros do Copom consideraram que a ociosidade da economia pode se reduzir mais depressa que o antevisto, produzindo assim uma pressão inflacionária. Na semana passada, o Copom cortou a Selic 5,00% para 4,50%.
O documento do Copom traz a avaliação de que os últimos dados de atividade e a maior eficiência do mercado de crédito e de capitais podem levar a uma redução mais rápida da ociosidade. Por outro lado, o colegiado destacou que a ociosidade dos fatores de produção ainda é elevada, dada a dinâmica atual dos núcleos de inflação.
Para o Bradesco, os passos do Comitê dependerão da evolução dos dados correntes.
“Avaliamos que o Copom efetuará um corte adicional na próxima reunião se o cenário base de dissipação do choque e de retomada gradual da economia se confirmarem no início do próximo ano”, observa em nota.
Apesar da alta do Ibovespa, o operador ressalta que viés de baixa no exterior e o risco CPMF devem ficar no radar, podendo limitar eventuais ganhos.
Na segunda-feira à noite, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou que o retorno de um imposto semelhante à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pode “eventualmente” estar sendo analisado pelo Ministério da Economia.
O comentário, feito nos minutos finais do pregão, foi um dos componentes que levou a Bolsa a fechar na mínima, com o recuo dos papéis de bancos. “Pode ser que ainda tenha algum efeito, mas os sinais são de que se isso for levado adiante, não tende a ter sucesso no Congresso”, avalia a fonte.