O coordenador da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), espera que o orçamento da União para 2008 seja de fato votado em fevereiro. Mas antes disso, de acordo com o deputado, o governo terá que corrigir em R$ 3 bilhões a base de cálculo contida na proposta.

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Ele lembra que conforme o Projeto de Lei Complementar 1/03, que regulamenta a Emenda Constitucional 29, aprovado recentemente pela Câmara, o governo tem que investir na saúde pelo menos o mesmo valor do ano anterior corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Ministério do Planejamento tem que mudar a proposta. Ele fez o cálculo do Orçamento para 2008 em cima de uma base que não é verdadeira, em cima de R$ 44 bilhões. O Ministério da Saúde, com créditos que recebeu neste ano, gastou R$ 47 bilhões. Então, esses R$ 3 bilhões precisam entrar na base de cálculo para o Orçamento do ano que vem", argumentou.

Recursos da CPMF

O projeto que regulamenta a Emenda 29 também previa mais R$ 24 bilhões em investimentos na saúde ao longo dos próximos quatro anos. Parte desse dinheiro, porém, viria da CPMF, cuja prorrogação foi rejeitada pelo Senado.

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No último momento da negociação com os senadores, o governo chegou a propor destinar toda a arrecadação da CPMF para a saúde, o que representaria em torno de R$ 40 bilhões. Para o coordenador da frente parlamentar, essa proposta foi uma admissão do presidente Lula de que o setor vive uma crise.