Perdigão recusa proposta de compra feita pela Sadia

São Paulo (AE) – O presidente da Perdigão, Nildemar Secches, anunciou no fim da tarde de ontem, que a empresa recusou a oferta da Sadia. Acionistas que representam 55,38% do capital da companhia decidiram rejeitar a proposta.

Segundo ele, a oferta contraria o artigo 37 do estatuto social da Perdigão. O artigo diz: ?Qualquer Acionista Adquirente, que adquira ou se torne titular de ações de emissão da Companhia, em quantidade igual ou superior a 20% (vinte por cento) do total de ações de emissão da Companhia deverá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias a contar da data de aquisição ou do evento que resultou na titularidade de ações em quantidade igual ou superior a 20% (vinte por cento) do total de ações de emissão da Companhia, realizar ou solicitar o registro de, conforme o caso, uma OPA da totalidade das ações de emissão da Companhia, observando-se o disposto na regulamentação aplicável da CVM, os regulamentos da Bovespa e os termos deste Artigo?.

A Perdigão interpreta que a oferta pela totalidade das ações só se aplica se o comprador já for acionista da empresa, e não para um investidor de fora, caso da Sadia.

Unanimidade

Todos os fundos de pensão que compõem o capital da Perdigão rejeitaram o valor oferecido pela Sadia, afirmou o presidente da empresa, Nildemar Secches. As fundações Previ, Petros, Fapes, Sistel, Valia e Previ-Banerj detêm juntas 49,5% do capital da companhia. A proposta também foi recusada pela Weg Participações com 5,45%. Meses atrás, a Weg S/A distribuiu as ações da Perdigão entre os acionistas, entre eles sua controladora, a Weg Participações.

A interpretação da Perdigão é de que o artigo 37 se refere a atuais acionistas da empresa, e não inclui investidores de fora, caso da Sadia. Ele estabelece que, ao atingir a participação de 20%, o acionista deve fazer uma OPA pela totalidade do capital. Portanto, a Sadia teria de fazer uma oferta em etapas, de modo que conseguisse primeiro comprar alguma participação e depois elevar a fatia acima de 20% para então fazer a oferta para o restante.

?Somos uma empresa de capital pulverizado. Esse modelo foi feito justamente para proteger o pequeno acionista?, disse Secches. Segundo ele, restaria à Sadia agora recorrer à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para questionar a interpretação. Porém isso seria inútil pois a maioria dos acionistas já rejeitou o preço oferecido.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo