A confiança dos consumidores brasileiros deve sofrer nova deterioração após a perda do grau de investimento do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P), avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. O efeito preocupa, diz Terra, porque afeta as vendas num período em que o setor se prepara para datas promocionais sobre as quais ainda existia bastante expectativa.
“Essa perda de confiança assusta um pouco porque muitos varejistas imaginavam que poderia haver uma demanda reprimida a ser capturada em eventos como a Black Friday e o Natal”, afirma o executivo. “Quanto mais a confiança se deteriorar, menos provável isso se torna.”
Para Terra, a cautela dos consumidores tem sido a principal força negativa no varejo nos últimos meses. “O varejo vive uma situação curiosa porque na prática temos visto a perspectiva de confiança se deteriorar ainda mais rápido do que indicadores como emprego, renda e inadimplência”, diz.
Em agosto deste ano, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) ficou em 80,6 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em setembro de 2005. Na avaliação de Terra, isso já teve impacto nas vendas. “Os varejistas já reportam que foi um mês muito ruim”, afirma.