Cabreúva (AE) – O Brasil está deixando de faturar US$ 4 milhões por dia com o embargo russo às carnes brasileiras, calcula a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Rússia. Desde que o embargo foi decretado, há 45 dias, os produtores brasileiros deixaram de vender US$ 180 milhões aos importadores daquele país, informou ontem o presidente da entidade, Antônio Carlos Rosset Filho. “Por se tratar de um embargo político, e não técnico, as perspectivas de que seja suspenso são remotas.”
Como o mercado russo é muito atraente para os brasileiros, a saída, segundo ele, é buscar rotas alternativas para entrar no país. Uma delas é a Bielorússia, antiga integrante do bloco soviético, hoje um país autônomo. “É um país pequeno, com 11 milhões de habitantes, mas pode ser a ponte para nossos produtores chegarem até os russos”, disse Rosset Filho. Uma delegação de empresários chefiada pelo ministro das Relações Exteriores da Bielorússia, Serguei Martinov, desembarcou ontem no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para uma série de contatos comerciais. É a primeira vez que uma missão comercial daquele país visita o Brasil em caráter oficial.
De hoje até quinta-feira, estão agendados encontros com o vice-presidente José Alencar, os ministros da Agricultura, Roberto Rodrigues, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, o vice-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, o empresário Mário Garnero (do grupo Brasilinvest) e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
Os empresários representam indústrias dos setores de fertilizantes e defensivos, tratores agrícolas e caminhões, além de tradings do setor de alimentos. Ontem eles visitaram, em Cabreúva (SP), as instalações do grupo Flamboiã, uma das cinco maiores empresas avícolas do estado.