Percepção sobre estoques piora em maio, diz a Fecomercio

O Índice de Estoques apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ficou em 113,2 pontos em maio, revelando piora na avaliação em relação a 2013, mas estabilidade em relação a abril, permanecendo nos patamares mais baixos registrados desde o início da pesquisa, em junho de 2011.

De acordo com a Federação, o resultado “revela claramente uma tendência de crescimento na proporção de empresários que julgam seus estoques acima do ideal para os padrões atuais de vendas”. O indicador, divulgado mensalmente em primeira mão pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, mostrou que, na comparação com maio de 2013, houve aumento de 23,6% na quantidade de entrevistados que dizem ter estoques acima do necessário. Na margem, o avanço de comerciantes com mais mercadoria armazenada do que o necessário cresceu 1,6%.

Conforme a metodologia adotada pela FecomercioSP, a escala do Índice de Estoques varia de 0 a 200 pontos – 0 representa insatisfação com o volume de mercadorias em estoque e 200, satisfação. Em maio, o indicador avançou 0,2% ante abril, variação dentro da margem de erro da pesquisa, e recuou 10,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em relação a 2013 também houve queda na proporção de comerciantes que avaliam que os estoques estejam adequados, de 63,4% para 55,2%.

Fábio Pina, assessor econômico da FecomercioSP, destaca essa trajetória de aumento da quantidade de comerciantes que consideram a situação atual dos estoques “inadequada acima”. A proporção de entrevistados nessa situação avançou de 20,60%, em maio de 2012, para 23,1% no mesmo mês do ano passado e atingiu 28,6% neste mês, o valor mais alto já registrado. “Como os estoques são feitos com antecedência, à medida que a situação da economia se deteriora, o estoque permanece alto por algum tempo”, explicou. “Nos próximos meses, vamos ter uma colocação menor de pedidos, com a percepção de realinhamento de projeções para abaixo para se fazer um ajuste”.

Na avaliação do assessor econômico, a redução no volume de pedidos já ocorre desde que as perspectivas econômicas brasileiras começaram a apresentar piora. “A percepção não se restringe a determinado segmento. É generalizada. Todos estão revisando as previsões de crescimento de PIB e de consumo para baixo”, disse Pina. O especialista acredita, no entanto, que o Índice de Estoques não deve continuar caindo aceleradamente. “A única ressalva é se as condições da economia se deteriorarem mais rápido que as revisões das estimativas para baixo”.

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