O relator da proposta de reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), informou que incluiu “pequeníssimas” mudanças de última hora no seu parecer. Entre as mudanças, ele incluiu a aposentadoria especial para policiais legislativos. Ele chegou a comentar que os policiais legislativos, que fazem a segurança do Congresso Nacional, estavam fazendo grande pressão.

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Oliveira Maia também inclui entre as aposentadorias especiais os agentes penitenciários. Segundo ele, os agentes penitenciários trabalham sob condição de risco e devem ter a regra especial. O relator contou que depois da invasão de terça-feira no Ministério da Justiça tinha resolvido excluir os agentes penitenciários do grupo de trabalhadores com aposentadorias especiais. “Fizeram (os agentes penitenciários) arruaça no Palácio da Justiça e informei que os excluiria, mas recebi apelo dos parlamentares. Aqueles que fizeram a invasão não representam o conjunto da classe. Não podemos punir o bom pelos que cometeram o erro”, justificou Oliveira Maia.

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Parlamentares da Comissão Especial da Câmara, onde o relator leu o seu parecer, questionaram a razão pela qual os guardas policiais não foram incluídos nas regras de aposentadoria especial. Segundo o relator, os guardas policiais (municipais) não têm ação de risco comparável à dos agentes penitenciários. “Se dermos para guardas municipais, seguranças privados vão pedir”, ponderou o relator. Parlamentares da oposição afirmaram que vão apresentar destaque ao parecer para incluir os guardas policias na aposentadoria especial.

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Antes de apresentar os principais pontos alterados no seu parecer, Oliveira Maia fez uma defesa da aprovação da reforma. Segundo ele, sem a reforma, o gasto previdenciário representará muito em breve 100% do Orçamento. Na sua apresentação, ele fez questão de ressaltar que a reforma vai acabar com salários de aposentadorias de “R$ 25 mil, R$ 30 mil e R$ 45 mil” pagos pela Previdência Social. “Não haverá mais regalias e privilégios”, afirmou o relator.

Oliveira Maia, que a todo momento teve de pedir silêncio para falar, destacou que o seu relatório fez mudanças importantes para aposentadoria rural em relação à proposta inicial. Ele informou que os trabalhadores rurais vão se aposentar 60 anos (homens) e 57 (mulheres). Mas haverá uma transição para a idade mínima atingir 57 anos das mulheres. Ele também informou que a contribuição à Previdência do trabalhador rural será de cerca de 1,5% do salário mínimo – semelhante ao valor que hoje é pago aos sindicatos.

Oliveira Maia também destacou que o seu parecer mantém a vinculação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) ao valor do salário mínimo. Outro ponto considerado um avanço pelo relator é a possibilidade de acúmulo de pensões e aposentadorias para quem ganha até dois salários mínimos. “É um avanço extraordinário”, disse. “Asseguramos também o piso das pensões em um salário mínimo”, acrescentou. Ele também citou a decisão de garantir que policias recebem a integralidade do valor salário na aposentadoria. Para Oliveira Maia, as mudanças nas regras de transição foram profundas.

Oliveira Maia aproveitou para ressaltar que não é verdade a avaliação de que logo que a reforma for aprovada a idade mínima para aposentadoria no Brasil será de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Essa mudança, ponderou, vai demorar 20 anos. “O governo não está fazendo alteração brusca e abrupta de uma hora para outra”, afirmou.