Foto: Lucimar do Carmo/O Estado
Valter Bianchini, do Ministério
do Desenvolvimento Agrário: houve melhoria na qualidade de vida.

A agricultura familiar no Paraná conseguiu manter e gerar empregos entre 2003 e 2005, apesar da estiagem e da crise na agricultura. Este foi um dos resultados de uma pesquisa de avaliação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), apresentada ontem em Curitiba. Este panorama acabou estimulando o trabalhador rural a permanecer no campo.  

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A pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), teve uma amostra aleatória de 2,4 mil beneficiários de 144 municípios de todas as regiões do Estado durante a safra 2004/2005. Neste ano, a pesquisa focou os grupos de créditos C (de R$ 3 mil a R$ 15 mil de renda familiar anual), D (R$ 16 mil a R$ 40 mil) e E (acima de R$ 40 mil) e também priorizou três regiões do Estado: oeste, sudoeste e Vale do Ribeira. Com isso, foi possível traçar o perfil do Estado. O levantamento foi feito somente no Paraná e pode ser estendido para outras regiões brasileiras.

O Pronaf beneficia 130 mil famílias no Estado, com um universo total de 415 mil trabalhadores rurais. Entre os anos de 2003 e 2005, os empregos no campo foram mantidos e outros 20 mil postos de trabalho foram gerados no mesmo período. ?Apesar de terem enfrentado momentos difíceis, os agricultores conseguiram se manter, inclusive com a ajuda de outros programas do governo federal?, explica Valter Bianchini, secretário nacional de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

De acordo com ele, houve ainda um aumento na tecnologia e na produção dos agricultores familiares. Para 91% dos pesquisados, o programa ocasionou o crescimento na produção. Além disso, mais de 80% contam com o apoio de assistência técnica. ?Houve o aumento de renda e, com isso, cresceu a qualidade de vida das pessoas atendidas pelo Pronaf?, diz Bianchini.

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No entanto, existem pontos que causam preocupação e a necessidade de ações futuras. Um deles é a falta de diversificação de culturas plantadas. A maioria dos beneficiários do Pronaf ainda aposta no milho, na soja e no feijão. ?Por meio de assistência técnica e do próprio crédito, é possível tentar mudar este perfil, por meio da integração lavoura e pecuária, fruticultura, entre outras culturas?, afirma Bianchini. Outra situação que deve ser priorizada é o estímulo a agregar valor aos produtos, o que pode aumentar a renda do agricultor.

Bianchini também se mostrou preocupado com a compra em excesso de insumos químicos, como fertilizantes e agrotóxicos. Seria necessário um uso mais racional desses instrumentos e o incentivo para a migração à agricultura orgânica. ?Temos como evoluir mais em 2007, com parcerias nos três níveis de governo?, comenta o secretário.

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O Pronaf atua, principalmente, no fornecimento de crédito para custeio e investimento na agricultura familiar. Mas também oferece seguro e assistência técnica, entre outros benefícios. No Paraná, para a safra 2006/2007, está previsto R$ 1 bilhão de reais de investimento no Pronaf. O valor saltou de R$ 300 milhões em 2002 para R$ 800 milhões no ano passado. Em todo o Brasil, o montante era de R$ 2,2 bilhões na safra 2002/2003 e é de R$ 10 bilhões para a safra 2006/2007.