São Paulo (AE) – As micros e pequenas empresas atingiram em julho de 2006 o menor nível de emprego nos últimos 22 meses, desde outubro de 2004, após a queda de 2,6% no mês, ante o mesmo período do ano passado. Em termos absolutos, são 152 mil pessoas ocupadas a menos que em julho de 2005, de acordo com pesquisa divulgada hoje pelo Sebrae. No total, as micros e pequenas empresas empregaram em julho 5,72 milhões de pessoas.
Entre janeiro e julho, foram eliminadas 187 mil vagas de emprego e, na comparação com junho, houve redução de 11 mil postos de trabalho. Segundo a pesquisa, este resultado se deve à queda de 2,5% no faturamento nos sete primeiros meses do ano.
Por setores de atividade, a maior redução no número de vagas entre julho de 2006 e de 2005 foi no comércio, com diminuição de 3,5%, seguido por indústria e serviços, que tiveram queda de 1,6% cada um, na mesma base de comparação. Em relação ao acumulado dos primeiros sete meses do ano, serviços e indústria registraram queda de 2,7% e 1,5%, respectivamente, e comércio apresentou alta de 1,1% no pessoal ocupado.
Em média, as micros e pequenas empresas paulistas geravam em julho 4,31 postos de trabalho cada uma, um índice 10,8% menor do que o do melhor mês de julho da série, de 2000, quando trabalhavam em média 4,83 pessoas por micro e pequena empresa. Por setores, indústria era o que mais empregava em julho, com 7,29 pessoas por empresa, seguida por serviços (4,57) e comércio (3,52).
Para o Sebrae-SP, o cenário é preocupante. ?No começo do ano havia uma expectativa positiva sobre o faturamento que não se concretizou no primeiro semestre, provocando um ajuste acentuado nos quadros. O ambiente não favoreceu porque o desempenho da economia como um todo foi tímido, com um crescimento do PIB de apenas 2,2% no primeiro semestre, e com grandes diferenças de desempenho entre os segmentos da economia?, analisou a entidade.
O Sebrae avaliou que, por conta das demissões, o rendimento médio dos trabalhadores das micros e pequenas empresas paulistas cresceu 8,1% em julho ante igual período do ano passado, e 1,3% em relação a junho. O rendimento médio, que inclui salários fixos, honorários, comissões, ajuda de custo, 13.º salário e abono de férias, foi de R$ 694 em julho.
O setor de serviços registrou o maior aumento de renda de seus empregados entre julho de 2005 e 2006, de 11,4%, fazendo com que o rendimento médio atingisse R$ 772 mensais. O setor de comércio teve aumento de 7,7% no rendimento médio (alcançando R$ 632), e a indústria teve alta de 3% (atingindo R$ 762). O Sebrae acredita que a tendência de alta nos rendimentos deve se manter ?em função dos dissídios do período e da inflação sob controle?.