Fato a ser comemorado ou cortina de fumaça para encobrir uma situação? Fernando Klein Nunes, presidente do Setcepar (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná), questiona os baixos valores que foram divulgados para os novos trechos de pedágio nas rodovias federais.
Em forma de comunicado oficial para a sociedade, o Setcepar está alertando sobre a verdadeira situação dos contratos com a empresa espanhola OHL, vencedora de cinco editais do leilão federal de novos trechos de rodovias que serão pedagiadas.
Analisando tecnicamente os contratos – inclusive os trechos que abrangem o Paraná – o Setcepar alerta que os baixos valores não representam motivo de comemoração sem questionamento. O resultado do leilão apresentou tarifas bastante reduzidas em relação às atuais. O Setcepar lembra que, tomando-se como base a Lei 9.648 (artigo 48), o preço considerado exeqüível por praça de pedágio seria de R$ 1,45, e não os R$ 1,028 oferecidos pelo grupo espanhol. Além disso, possíveis reajustes das tarifas já estão previstos no contrato.
E mais: quando assumir a concessão da Régis Bittencourt (BR-116 que liga São Paulo a Curitiba), a empresa OHL terá que terminar a duplicação da pista no trecho de 33km da Serra do Cafezal.
?O preço oferecido pela OHL em alguns trechos deste leilão pode não ser suficiente para que a empresa consiga garantir os serviços necessários aos usuários das rodovias. Nós, empresários do setor de transportes, temos o forte temor de que a OHL terá que aumentar o valor das tarifas para garantir o equilíbrio econômico-financeiro, até porque essa possibilidade de reequilibrar o contrato foi prevista nos editais?, alerta Fernando Klein Nunes.
A duplicação da pista na serra do Cafezal, na Régis Bittencourt (BR-116 entre Curitiba e São Paulo) é uma das obrigações do contrato e deve custar, segundo previsões iniciais da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), ao menos R$ 308,7 milhões.
