Brasília – O reajuste de 8,57% no salário mínimo foi responsável pela elevação dos custos operacionais na pecuária de corte em 3,33% no mês de abril. Já o preço da arroba do boi gordo recuou 0,39% no mesmo mês. Os números foram apresentados pelo presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, órgão da Confederação Nacional da Indústria (CNA), Antenor Nogueira.
"Há plenas condições dos preços de carnes serem reduzidos nos açougues e supermercados, o que tornaria esses produtos mais competitivos com outras proteínas, aumentando as vendas. Essa seria uma forma do produtor, que está com lucro reprimido há vários anos, ter uma melhor compensação", disse Nogueira.
Apesar do baixo lucro do produtor, o presidente do fórum informou que as exportações de carne bovina aumentaram quase 40% de janeiro a maio deste ano, chegando à cifra de US$ 1,87 bilhão. A previsão para este ano são de crescimento de 30%, o que, segundo Nogueira, em parte compensará a queda na cotação do dólar em relação ao real.
Mas a permanência da baixa lucratividade do produtor, segundo Antenor Nogueira, deverá reduzir a capacidade de investimentos na pecuária no médio e longo prazos.
Desde que a pesquisa Indicadores Pecuários da CNA teve início, em 2003, o custo da mão-de-obra nas fazendas de pecuária encareceu 90% nos principais estados que se dedicam a essa atividade. E o preço da arroba do boi caiu 7,2%, segundo Nogueira.
Além do custo com mão-de-obra, ajudaram a reduzir os lucros dos pecuaristas os preços de adubos e corretivos, que aumentaram 4,3% entre março e abril.
