EM TÓQUIO

Patriota evita sinalizar sobre suspensão de restrições a produtos japoneses

O Brasil e o Japão articulam a ampliação dos investimentos mútuos, em vários setores, na tentativa de aumentar os fundos para reconstrução do país asiático, atingido há pouco mais de um mês por um terrermoto seguido de tsunami, que deixou cerca de 27 mil mortos e desaparecidos. As negociações foram feitas neste sábado (16) em Tóquio, onde o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, prestou solidariedade aos japoneses, lembrando são antigos os laços que os unem ao Brasil.

Porém, Patriota não sinalizou que o Brasil estude reduzir as restrições impostas aos produts japoneses em decorrência do risco de contaminação por radiação nuclear. O chanceler afirmou que as medidas definidas pelo governo brasileiro seguem as recomendações do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial do Comércio (OMS).
 
“Certamente este [o terremoto de 9 graus de magnitude na escala Richter seguido pelo tsunami] foi o momento mais difícil dos últimos 60 anos no Japão. É nessas horas que os amigos têm de se manifestar, embora o Brasil já o tivesse feito por escrito. Brasil e Japão têm um laço muito estreito”, afirmou o ministro.

Patriota se reuniu por cerca de três horas com o ministro das Relações Exteriores do Japão, Takeaki Matsumoto, que demonstrou entusiasmo com a ampliação das parcerias com o Brasil e a possibilidade de as restrições aos produtos japoneses serem revistas. “Existem muitos aspectos em que os dois países podem colaborar – mesmo antes do desastre, já havia essas relações. Na nossa reunião de hoje, o Brasil mostrou interesse na tecnologia do Japão, e isso pode ajudar o Japão”, disse Matsumoto.

Quanto às restrições aos produtos japoneses, Matsumoto disse ter solicitado a Patriota que informasse aos ministérios brasileiros que o Japão está tomando todas as medidas necessárias.

O terremoto seguido pelo tsunami, em 11 de março, gerou explosões e vazamentos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão. Desde então, a região foi isolada em decorrência da contaminação por radiação nas plantas, animais e até no ar e na água. Paralelamente, desde então, a comunidade internacional impôs limitações às importações de produtos oriundos de 12 áreas japonesas.
 
Apesar destas restrições, Patriota ressaltou que há um empenho do Brasil e da comunidade na reconstrução do Japão. O chanceler lembrou que, com o apoio de empresas brasilerias que atuam no país, houve missões destinadas às regiões afetadas pela tragédia, levantando doações de 400 bicicletas, 5 mil litros de álcool, além de cobertores e material de primeira necessidade.

“O Brasil conhece a capacidade de trabalho, a disciplina, a criatividade e a capacidade de inovação dos japoneses e do seu setor privado e quer fazer parte desse processo de reconstrução do país e quer estreitar relações”, disse o chanceler brasileiro.

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