Páscoa “salgada”: ovos 30% mais caros

São Paulo

(AE) – Os ovos de Páscoa chegam às gôndolas dos supermercados com preços 30% superiores aos praticados na Páscoa de 2002. Reajuste nos preços das matérias-primas – como cacau, que sofreu alta de 125% no ano passado; açúcar, com alta de 85%; embalagens, 55%; e leite, 25% – foi o fator apontado pelo vice-presidente do setor de chocolate do Sindicato da Indústria do setor, Antônio Salgado Filho, para explicar o aumento desta magnitude.

Apesar dos reajustes, a indústria manteve praticamente a mesma produção do ano passado: em 2002, foram fabricadas 18,6 mil toneladas de produtos de Páscoa à base de chocolate e, neste ano 18 mil toneladas. E com a variação de preços, a indústria obteve receita de R$ 480 milhões este ano, ante R$ 360 milhões há 12 meses. Na opinião de Salgado Filho, a tendência de produção de unidades de menor gramatura se mantém este ano e, em contrapartida, será reduzida a fabricação de unidades maiores.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau Amendoins, Balas e Derivados (Abicab) mostram que a Páscoa representa 11,5% da produção nacional de chocolates (tabletes e bombons), que foi de 150 mil toneladas no ano passado. O consumo médio per capita de chocolate no Brasil é 2 kg por habitante.

De acordo com a associação, o mercado de chocolate global, incluindo achocolatados e todas as formas do produto, registrou uma produção de 337 mil toneladas em 2002, volume 3% superior ao ano de 2001, o que representou faturamento de R$ 3,7 bilhões. Para este ano, ainda não há projeções, segundo Salgado Filho. O Brasil é o segundo maior produtor de ovos de Páscoa mundial, totalizando 21 mil toneladas. Do total, 3 mil toneladas ficam por conta dos pequenos produtores e dos fabricantes artesanais -não filiados à associação e, por isso, não aparecem na conta da entidade – e as outras 18 mil toneladas produzidas pelos grandes fabricantes. O líder na produção de ovos é o Reino Unido, com 28,5 mil toneladas.

Ainda de acordo com a Abicab, entre os meses de outubro do ano passado e fevereiro de 2003, as empresas do setor registraram contratações temporárias de 10 mil empregados, idêntico número registrado no varejo. Só a Kraft Foods Brasil, que pelo primeiro ano está produzindo toda linha de ovos Lacta na fábrica de Curitiba, gerou cerca de 1.500 temporários na produção. Já a Nestlé investiu R$ 10 milhões na Páscoa, incluindo desenvolvimento de produtos, embalagens, divulgação e material de ponto-de-venda.

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