A Páscoa deste ano estará repleta de novidades. Mais de 100 novos produtos estão sendo lançados no mercado e a produção de chocolates aumentou 3% comparado com o ano passado, chegando a um total de 18,5 mil toneladas. Esse volume representa 13,6% da produção nacional de chocolates moldados (tabletes e bombons) segundo disse ontem, em São Paulo, Getúlio Ursulino Netto, presidente da Associação Brasileira da Indústria, Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).
A associação detectou que as empresas, em 2004, confirmaram a tendência de 2003, quando aumentaram a produção de ovos médios, entre 201 e 500 gramas (71% do total). Os preços foram alinhados, em média, 9% em relação a 2003, permanecendo nos níveis da inflação registrada no período. Na Páscoa do ano passado as vendas, pela indústria, giraram em torno de R$ 450 milhões e devem superar, este ano, R$ 500 milhões.
O Brasil é considerado, hoje, o segundo maior produtor de ovos de Páscoa no mundo, perdendo apenas para o Reino Unido, que se mantém próximo das 30 mil toneladas. Já na produção de chocolates, o Brasil é o quinto do mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França.
Como a Páscoa representa mais do que um mês normal de produção de chocolate, as empresas geram milhares de empregos temporários, seja diretos ou indiretos. A partir de outubro, quando se inicia a produção, e até fevereiro, a data foi responsável pela contratação, pelas indústrias, de cerca de 22 mil funcionários diretos na produção e na comercialização, fora os indiretos que são gerados nas áreas de armazenamento, no transporte e outros elos desta cadeia de distribuição. Agora, nos meses de março e abril mais 12 mil empregos serão gerados nos pontos de vendas de todo o País.
Ursulino destacou que a indústria brasileira tem potencial de crescimento, seja por causa do tamanho do mercado brasileiro seja por meio das exportações. No ano passado, as vendas externas aumentaram 40% sobre 2002 e representaram 12% da produção anual.
Novidades
A Kraft Foods, com sede e indústria em Curitiba, considerada líder no mercado brasileiro de Páscoa, este ano apresentará 13 novidades entre os 33 produtos que possui. Segundo o gerente de marketing, Augusto Lemos, dos dez ovos mais vendidos no Brasil na última temporada, cinco são da Lacta, uma das marcas da Kraft Foods. Este ano a empresa gerou, com a produção de chocolates, cerca de 1.500 empregos, sendo que 500 foram destinados aos pontos de venda.
Mercado
O consumo médio de chocolates, per capita, no Brasil, é de dois quilos por habitante. Em 2003 o mercado de chocolates sob todas as formas, incluindo achocolatados, teve uma produção de 347 mil toneladas, 3% acima de 2002, o que representa um faturamento da ordem de R$ 3,7 bilhões.
Empresa inglesa diz querer a Garoto
A inglesa Cadbury deve tentar tirar o controle da Garoto, que hoje está nas mãos da suíça Nestlé. Dirigentes mundiais da companhia devem vir ao Brasil na próxima semana para fechar a transação. Os primeiros contatos para efetivar o negócio já foram feitos. O presidente da Cadbury Brasil, Marcos Grasso, por exemplo, apresentou anteontem ao governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PSB), a proposta de compra da Garoto, que prevê a aquisição de todos os ativos da Garoto e não apenas parte da empresa. Com isto, a Cadbury leva vantagem sobre as americanas Mars e Hershey?s, as potenciais concorrentes na disputa pela Garoto.
Ao mesmo tempo em que a proposta da Cadbury ganha consistência, outros concorrentes de peso, como a Kraft Foods – dona da marca Lacta -deixam claro que não têm interesse em comprar a fábrica da Garoto, localizada em Vila Velha (ES).
“Não temos e nunca tivemos interesse em comprar a Garoto. Chegamos a pedir a impugnação da venda da Garoto para a Nestlé, mas não estamos interessados na compra da fábrica”, disse o diretor de assuntos corporativos da Kraft Foods, Newton Galvão.
Segundo ele, a Kraft Foods detém 33% do setor de chocolates e se comprasse a Garoto elevaria sua participação para mais de 60%, o que também prejudicaria a concorrência no mercado.
No entanto, a Nestlé informou que ainda não desistiu de ficar com a Garoto. A empresa de origem suíça informou que vai estudar todos os mecanismos legais possíveis para suspender a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que cancelou a compra da Garoto pela Nestlé.
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