O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, afirmou nesta quarta-feira, 9, que a participação da instituição de fomento no comércio exterior está decrescente, em parte como efeito das investigações da Operação Lava Jato, que atingiu as empreiteiras exportadoras de serviços.

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“A participação do BNDES dentro do comércio exterior está decrescente, minguando e quase indo a zero”, afirmou Rabello, em discurso na abertura do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2017), organizado pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio.

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Rabello não citou números, mas destacou que o resultado superavitário da balança comercial brasileira, que deverá registrar o maior superávit da história neste ano, conforme projeções da AEB, é fruto “da maior recessão de todos os tempos”. Segundo Rabello, a maior vítima da recessão e do superávit comercial com queda na corrente de comércio é a indústria.

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“A principal vítima é a indústria brasileira, principalmente a de serviços, que sofre uma dupla morte, causada também pelos malfeitos da Lava Jato”, disse Rabello. “Acabaram por jogar o bebê fora junto com a água suja do banho. Temos empresas sem cadastro, sem projetos, expulsas de alguns países”, completou o presidente do BNDES.

Segundo Rabello, o BNDES está trabalhando para resolver problemas relacionados à Lava Jato e à exportação de serviços, “contra tudo e contra todos”. “O Brasil não pode esperar que a toga resolva a questão judicial enquanto falece, fenece o Brasil produtivo”, disse o presidente do banco de fomento.

Rabello destacou que a recessão acabou, mas o Brasil “não está bem”. “Precisamos assumir o que não fazemos certo e partir para o conserto”, disse o presidente do BNDES. “E o conserto começa na máquina pública brasileira”, completou.