Com a recuperação da demanda doméstica e a apreciação do real, a participação das importações no mercado brasileiro aumentou enquanto a fatia das exportações na produção industrial brasileira caiu, invertendo, nos dois casos, a tendência registrada nos últimos três anos.
De acordo com o estudo “Coeficientes de Abertura Comercial” da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o coeficiente de exportação da indústria da transformação, que mede a participação das vendas externas na produção do setor, passou de 15,7% em 2016 para 15,6% em 2017.
“A recente apreciação do real reduz a competitividade das exportações e contribui para a desaceleração observada do volume exportado”, afirma a entidade.
No ano passado, a taxa de crescimento das exportações caiu para 2,3%, ante 6,6% no ano anterior. As maiores quedas do coeficiente de exportação foram registradas nos setores de outros equipamentos de transporte, fumo e couro e calçados.
Por outro lado, as importações ganharam espaço no mercado interno brasileiro, com o coeficiente de penetração das importações aumentando de 16,4% em 2016 para 17% em 2017 – ou seja, de cada 100 produtos vendidos no mercado interno no ano passado, 17 foram estrangeiros.
Aumentaram, também, os insumos industriais utilizados pela indústria, que passaram de 22,5% em 2016 para 23,5% em 2017.
“Os setores de metalurgia, químicos e vestuário e acessórios apresentaram as maiores altas dos coeficientes de insumos industriais importados em 2017 na comparação com 2016”, afirma o estudo.