O projeto de construção de mais um shopping center em Curitiba, em parte da área do Jockey Club do Paraná, no bairro Tarumã, está cada vez mais próximo de ser concretizado.
Ontem, o clube assinou um contrato com seus sócios empreendedores – as construtoras Paysage e Casteval – que ganharam mais um aliado de peso: o Grupo Tacla, que detém, entre outros empreendimentos, os shoppings Palladium e parte do Crystal Plaza.
De acordo com o presidente do Jockey, Roberto Hasemann, a primeira etapa das obras, que é a transferência de algumas instalações do hipódromo para outro local, deve ser iniciada em até dois meses.
A estrutura do shopping, inicialmente de 65 mil m2, mas com potencial para chegar a 100 mil m2, deve começar a ser erguida entre março e abril do ano que vem.
Em um ano e meio a dois anos, o local, por enquanto batizado de Jockey Parque Shopping, pode estar em pleno funcionamento. O custo do empreendimento está previsto em cerca de R$ 350 milhões.
Para Hasemann, o shopping deve ajudar o clube, que passou por sucessivas crises, a equalizar de vez suas finanças. Isso porque, pelo acordo feito com as incorporadoras, a instituição receberá um aluguel pela cessão da área.
Além do retorno financeiro, o clube espera, também, que as corridas ganhem prestígio de um novo público, já que há a intenção de que o edifício tenha pontos com vista panorâmica para a pista.
Os valores acordados para o aluguel devem ficar entre R$ 150 mil e R$ 180 mil, a partir da assinatura do contrato e durante as obras. Depois que o shopping entrar em operação, o valor deve passar para R$ 180 mil a R$ 220 mil. A partir do terceiro ano de funcionamento, o aluguel deve chegar a R$ 300 mil.
O terreno que deve receber o novo shopping tem 91 mil metros quadrados, faz frente para a Rua Konrad Adenauer e lateral para a Avenida Victor Ferreira do Amaral. Hoje, no local, funcionam a sede da Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do Paraná (ACPCCP), comércios e 32 grupos de cocheiras. Todos devem ser realocados para outro lugar.
Passado
A entrada da Tacla no negócio garante ao grupo a presença em uma região já pretendida anteriormente. Em 2007, o grupo arrematou, em leilão judicial, a área onde fica o estádio Pinheirão, por R$ 11,2 milhões.
A intenção era justamente construir um shopping center no local. Mas a Federação Paranaense de Futebol (FPF) – dona do estádio – conseguiu, semanas depois, impedir o negócio. Até hoje, o estádio continua interditado.
A novela da construção de um shopping na área do Jockey Club também é antiga. Em 2002, o grupo português Sonae anunciou a construção de um empreendimento do gênero no local – chegou a apresentar projeto, afirmar que já negociava lojas e prever um investimento de R$ 140 milhões em sua construção.
Mas o negócio foi suspenso em 2004. Outra área do Jockey Club também foi notícia, nos últimos anos. Em 2007, envolto em dívidas, o clube negociou parte de seu terreno com incorporadoras – entre elas a Casteval -, que pretendiam erguer ali um condomínio fechado de alto padrão.