A nova equipe de gerenciamento da multinacional Parmalat tentava, ontem, encontrar uma saída para fazer com que a companhia continue funcionando, apesar da profunda crise financeira revelada na semana passada. De acordo com informações da imprensa italiana, a empresa pode propor a ?administração controlada? como forma de evitar pedidos de falência por parte de seus credores.
Essa é uma alternativa da lei italiana, que daria à empresa um fôlego de até dois anos, para administrar e equacionar as suas dívidas. Sob a proteção dessa lei, os credores não poderiam pedir a falência da Parmalat, algo que seria possível, dado que a empresa não tem conseguido honrar compromissos financeiros desde a semana passada.
A Parmalat declarou que possuía cerca de 4 bilhões de euros (quase US$ 5 bilhões) paralisados em contas nas ilhas Cayman. No entanto, revelou-se na semana passada que o Bank of America afirmou que essas contas não existem.
Fontes do jornal Financial Times disseram, ontem, que o rombo financeiro da empresa pode ser muito maior e passar dos 7 bilhões de euros. Há suspeitas de que o buraco seria resultado de uma fraude financeira que, se comprovada, seria comparável ao caso do escândalo da americana Enron.
A Parmalat tem cerca de 35 mil funcionários nos 30 países nos quais atua, incluindo o Brasil.
No caso do Brasil, a crise já tem tido um impacto direto: a Parmalat internacional deixou de pagar na semana passada uma parcela da dívida de US$ 400 milhões que tem com credores no país. A dívida de refere a uma recompra de ações feita pela empresa.
Além disso, a subsidiária brasileira estaria enfrentando problemas para pagar seus credores. Ontem venceu uma segunda parcela da dívida pela recompra das ações, mas a companhia não se manifestou sobre o assunto e não revela se irá pagar a dívida. No sábado, o governo da Itália afirmou que resgatará a Parmalat, com o objetivo de salvar os empregos da empresa, pelo menos no País. A companhia tem 4 mil empregados na Itália.
No entanto, nenhum projeto específico foi anunciado pelo governo italiano.
