Parmalat quer vender a Batavia

A Parmalat está propensa a vender o controle da processadora de leite baseada no Paraná, Batávia a 12.ª maior no ranking de captação no país, informou uma fonte próxima à empresa ontem.

A eventual venda da Batávia, detentora da marca Batavo, com uma linha de leites, iogurtes, sucos, sobremesas e carnes, geraria recursos para que a empresa aliviasse um pouco sua situação financeira no curto prazo, disse a fonte.

A Batávia foi criada em 1998, com a associação da Parmalat Brasil com cooperativas de laticínios do Paraná e de Santa Catarina. A Parmalat tem 51% da empresa, com os outros 49% divididos entre as cooperativas.

A empresa processou 165,2 milhões de litros de leite em 2002, de acordo com dados da associação dos produtores.

A Parmalat Brasil, que pediu concordata para tentar negociar suas dívidas no país, necessitaria de um capital de giro de aproximadamente R$ 100 milhões para garantir, no curto prazo, a continuidade das operações nas 8 fábricas do País.

A empresa está conduzindo negociações com credores para liberação de novos empréstimos.

Segredo de Justiça

Enquanto isso, em São Paulo, o Ministério Público avalia a possibilidade para julgar o caso da empresa em segredo de Justiça. O pedido foi pelo presidente da Parmalat, Ricardo Gonçalves, e pelo Banco Sumitomo, credor de uma dívida de R$ 10 milhões da companhia italiana e acatado pela 42.º Vara Cível de São Paulo, que cuida do processo. A informação é do diretor da divisão, Rogério Toledo Arruda.

Ontem, o presidente da Parmalat no Brasil, Ricardo Gonçalves, foi convocado a prestar depoimento ao juiz Carlos Henrique Abrão, responsável pela 42.ª Vara Cível de São Paulo.

Também ontem, três membros do conselho de administração da Parmalat S.A. renunciaram aos cargos para dar lugar a representantes dos credores, do comitê de gestão de crise ou eventuais interventores apontados pelo governo. Com a renúncia dos conselheiros Ana Paula Gabrielli Karsten, Ingrid Emilie Theresia Schwarz Ribeiro de Mendonça e Ivan Delfin Zorzo, permanecem no grupo apenas o presidente da Parmalat, Ricardo Gonçalves, que também preside o conselho, o atual diretor de relações com investidores, Andrea Ventura, que assumiu o cargo já em meio à crise da empresa, e o vice-presidente do conselho, Fábio Conti Medugno.

A renúncia dos três conselheiros já constava da ata da reunião do conselho do dia 28, quando a Parmalat pediu concordata.

Os grandes credores da Parmalat, como os bancos Sumitomo, Bradesco, Santander, City Bank, Unibanco e Bank Boston formaram um comitê para discutir possibilidades de pagamento da dívida da Parmalat.

Os pequenos credores, como os fornecedores de matéria prima, estão com pedido de falência da indústria. A Parmalat é a segunda maior indústria do Brasil, responsável por mais de seis mil postos de trabalho.

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