Em carta endereçada ao conselho de administração da empresa, Gonçalves confirmou que a matriz está disposta a dividir com a unidade brasileira um novo aporte de recursos que negocia com credores na Itália, mas não poderá enviar o dinheiro porque a legislação atual de falências do Brasil não permite que esses investidores tenham preferência no pagamento, caso a empresa venha mesmo a falir. Segundo uma pessoa presente à reunião, o aporte seria de R$ 75 milhões.
Na carta, Gonçalves diz que a Parmalat do Brasil recebe diariamente sondagens de investidores interessados em comprar parte ou toda a empresa, mas essas soluções sempre esbarram na ausência de garantias de que o investimento feito agora terá prioridade sobre as dívidas anteriores.
Parando
A Parmalat está produzindo 40% do volume registrado antes da crise, informou ontem o gerente-executivo de Comunicação da empresa, Afonso Champi. Segundo ele, há problemas de funcionamento nas unidades, como a paralisação temporária de Itaperuna na terça-feira, e a de Garanhuns, em Pernambuco.
BB
O Banco do Brasil (BB) vai ter de liberar para a Parmalat R$ 23,6 milhões que estavam retidos na conta corrente da empresa. A decisão é da juíza da 9.ª Vara Civil de São Paulo, Lucila Toledo Pedroso de Barros Padilha, que ontem à noite julgou extinta, “por falta de interesse de agir”, ação cautelar proposta pelo banco contra a Parmalat.
O Banco do Brasil, em razão dessa ação, havia descontado da conta corrente da Parmalat R$ 6,6 milhões a pretexto de pagamento de parcelas de operação de empréstimo e, posteriormente, reteve o restante do saldo.