Parmalat do Brasil nega prejuízos

Em nota divulgada ontem, a Parmalat do Brasil diz que a concordata de sua matriz na Europa não afeta as operações internacionais do grupo. Segue a íntegra do comunicado: “Conforme vem sendo divulgado amplamente na imprensa, o Grupo Parmalat passa por um momento delicado. A interferência nesta situação está restrita à gestão na Matriz, porém merece uma atenção especial na forma de gerir as operações locais.

As decisões de solicitar “Concordata”, em 24 de dezembro, e a declaração de “Insolvência”, concedida pela Justiça Italiana em 26 de dezembro, são previstas na recém-promulgada Lei que regulamenta este regime especial de gestão. Referem-se, no entanto, apenas à operação naquele país, ou seja, não têm efeito fora da Itália. Tratam-se de medidas para evitar que uma cobrança judicial de credores durante um período de 120 dias inviabilize a continuidade das operações até que se tenha um resultado completo da situação.

Com isso, isola-se a situação financeira do Grupo da operação de suas indústrias, que de outra forma poderia agravar o quadro. Neste período, deverá ser apresentado um plano de reestruturação que possibilite a continuidade da empresa, além de ser equacionada a situação dos seus débitos.

No Brasil, o obstáculo a ser superado é reconhecido pela gestão local, que busca preparar-se para os eventuais impactos decorrentes dele. A partir de meados deste mês, foram tomadas ações para proteger as operações aqui no País. A Parmalat Brasil melhorou sua performance a partir da reestruturação por que passou nos últimos três anos, o que foi importante frente a esta nova situação, e deverá seguir o caminho estratégico definido.”

Pedido de prisão

Promotores italianos pediram nesta segunda-feira à Justiça que determine a prisão definitiva do fundador e ex-presidente da Parmalat, acusado de manipulação do mercado, falência fraudulenta e falsificação de balanços para ocultar uma dívida de mais de 8 bilhões de euros. Um juiz de Milão decidirá nas próximas horas se aceita o pedido. Com isso, a detenção temporária de Calisto Tanzi poderá se converter em prisão formal.

Os fiscais acusam Tanzi de ter desviado 800 milhões de euros (US$ 990 milhões). Durante um interrogatório feito no domingo, o presidente da Parmalat negou as acusações de gestão fraudulenta, mas admitiu ter tomado o equivalente a US$ 500 milhões para seu uso pessoal.

As negociações com ações da Parmalat foram suspensas definitivamente da Bolsa de Milão, ou seja, por prazo indeterminado, após acumularem queda de 90% desde o início do escândalo, em meados desde mês. Por outro lado, os papéis da Centrale del Latte di Torino foram retirados do pregão temporariamente por motivo oposto: as ações da empresa dispararam quase 10% nos negócios desta segunda-feira, diante dos rumores de que poderá assumir os ativos da sua maior concorrente, a Parmalat.

Tanzi foi detido no sábado, em Milão, após permanecer fora da Itália por vários dias enquanto se intensificavam as investigações sobre o colapso da companhia que ele fundou em 1961 e transformou em um modelo da moderna indústria italiana.

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