Parmalat coloca Batávia à venda

São Paulo – A Parmalat Alimentos entregou ontem seu plano de recuperação ao juiz da 1.ª Vara de Falências de São Paulo. A empresa se propõe a pagar uma dívida de R$ 720 milhões com credores financeiros em 12 anos, com parcelas semestrais e sem desconto nos valores nominais. Como parte da reestruturação, a Parmalat colocou à venda sua participação de 51% na Batavia. O uso das marcas Parmalat e Santal foi assegurado pelos próximos 12 anos, enquanto as demais marcas, como Glória, Duchen e Etti, foram incorporadas ao patrimônio.

Os cerca de 10 mil credores operacionais, que têm R$ 150 milhões a receber, receberão em dinheiro, em parcelas mensais, durante quatro anos. As parcelas serão todas iguais, de modo a privilegiar aqueles que têm créditos menores a receber. ?Em seis meses, teremos quitado as dívidas com 80% dos credores?, afirma o presidente do conselho de administração da empresa, Nelson Bastos.

Pela Lei de Recuperação de Empresas, o plano precisa ser votado e aprovado pela maioria dos credores, tanto em número quanto em volume de créditos. Uma assembléia deve acontecer dentro de três meses. O plano apresentado refere-se apenas à empresa operacional do grupo italiano no Brasil. A holding Parmalat Participações, que tem uma dívida de R$ 1,5 bilhão com credores financeiros, tem até 13 de setembro para entregar seu plano.

O pagamento dos credores financeiros será feito com a emissão de debêntures, operação que poderá levar a um aumento de capital da ordem de R$ 60 milhões. Como a empresa tem patrimônio líquido negativo, quem subscrever essas debêntures terá o controle da empresa. ?Os acionistas atuais ficarão com uma participação muito pequena?, diz Bastos. Ele classificou de ?construtiva? a relação com os credores durante a elaboração do plano. ?Incorporamos sugestões e demandas até onde pudemos.?

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