Pelo menos 600 integrantes das forças de segurança cercam o parlamento espanhol nesta terça-feira, dia em que os legisladores devem iniciar a avaliação da controversa proposta orçamentária do Executivo para 2013.
Segundo o jornal espanhol “El País”, manifestantes já começaram a se concentrar nas proximidades do Congresso dos Deputados (o equivalente à Câmara dos Deputados brasileira), atendendo a uma convocação de sindicatos e grupos de oposição.
O ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, declarou horas mais cedo que o Congresso é “inviolável” e que não vai ser permitido nenhum tipo de coação.
Corte de gastos
O gabinete do primeiro-ministro Mariano Rajoy pretende reduzir fortemente o deficit público (diferença entre receitas e despesas do Estado) no ano que vem por meio de cortes das despesas e aumentos dos impostos.
O objetivo é poupar em torno de 40 bilhões de euros (R$ 104 bilhões) no orçamento a ser executado em 2013.
Essa proposta orçamentária enfrenta a oposição de vários grupos civis tais como o Movimento 25-S, que já mobilizou milhares nos últimos meses contra as medidas de austeridade já executadas pelo governo.
O 25-S convocou novos protestos para hoje, e pretende cercar o parlamento espanhol durante a votação.
“O projeto do orçamento para 2013 reforça as irracionalidades e injustiças na organização e distribuição dos recursos públicos e ambientais, além de reafirmar que a será a imensa maioria da população que vai pagar conta”, afirmam os integrantes do grupo.
Recessão
Manifestações que reúnem milhares se tornaram quase comuns na Espanha, mergulhada numa grave crise econômica. Hoje, o Banco da Espanha (o banco central) informou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país registrou retração de 0,4% no terceiro trimestre, e antecipou uma nova queda no final deste ano.
Por conta desse quadro econômico, a Espanha é vista por analistas como um dos mais fortes candidatos a receber ajuda financeira da União Europeia, à semelhança de Grécia, Portugal e Irlanda.