A falta de mão-de-obra qualificada para o início iminente da exploração do pré-sal não é o problema mais próximo a ser resolvido pelo setor de petróleo e gás. Estima-se que haja, nessa área, espaço para 16 mil a 20 mil trabalhadores, só em pequenas e médias empresas que fornecem ou podem fornecer produtos e serviços à Petrobras, no Paraná.
Isso sem considerar os trabalhos referentes ao pré-sal. Porém, ainda falta qualificação suficiente para o preenchimento dessas vagas. Buscando atender ao menos parte dessa demanda, o grupo educacional Uninter e a Rede Empresarial do Petróleo, Gás e Energia do Paraná (Redepetro-PR) fecharam uma parceria para formação de profissionais para o setor. O anúncio foi feito ontem, em Curitiba.
“A Petrobras exige capacitação de seus fornecedores, em segurança, boa gestão e outros pontos. É uma cadeia positiva, que gera um ciclo virtuoso”, afirma o diretor de Operações do Grupo Uninter, Moacyr Paranhos. “Não é simplesmente um profissional dizer que é um soldador, por exemplo. O importante é que ele tenha qualificação para ser um soldador”, afirma o presidente da Redepetro-PR, Osmar Zaninelli.
O executivo da Redepretro lembra de eventos como o recente vazamento de petróleo no golfo do México para ressaltar a importância da capacitação dos trabalhadores do setor.
Segundo Zaninelli, quesitos como a gestão ambiental são fundamentais para a Petrobras, durante a escolha de seus fornecedores. “A empresa atribui notas de 1 a 10 no processo de qualificação. Se a candidata tiver nota 1 em meio ambiente, não vai ser chamada”, explica.
O plano da parceria é oferecer educação corporativa presencial e a distância, e capacitar os fornecedores da Petrobras utilizando a tecnologia que o grupo educacional já possui.
Estão nos planos a implantação de um curso de pós graduação sobre o setor de petróleo e gás, e da chamada Academia Virtual, que terá condições de transmitir aulas via satélite para usinas e fábricas em qualquer local do País. Também deve ser desenvolvido material específico para os treinamentos de alta repetição.
A parceria anunciada ontem deverá servir, inicialmente, para atender às empresas da região Sul do País. Porém, os parceiros têm intenção de ampliar o programa para atender as redes empresariais também de outros estados.
“O Brasil só vai chegar a um nível mundial quando tiver produtividade e qualidade em alto nível”, avalia Paranhos. Já Zaninelli ressalta que o País terá que importar tecnologia e mão-de-obra para o setor, se não estiver devidamente qualificado.