Os avanços obtidos pelos acordos coletivos e reajustes salariais da maioria das categorias e o aumento do número de pessoas que contarão com o 13º salário elevaram para R$ 6,3 bilhões o total que será injetado na economia paranaense até o final do ano com o pagamento do benefício. Na comparação com 2010, o montante é 16,2% superior aos R$ 5,4 bilhões pagos no ano passado. Entretanto, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), que responde pelo levantamento, o valor médio a ser recebido no Paraná ficou em R$ 1.300,10, quantia inferior ao valor médio nacional, que chegará neste ano a R$ 1.445,31.
O contingente de pessoas que receberá o décimo terceiro no Estado foi estimado em 4,671 milhões, correspondente a 6% do total que terá acesso ao beneficio no Brasil. Para o economista do Dieese-PR Sandro Silva, o benefício pago no Paraná evidencia que, mesmo em períodos de índices de desemprego reduzidos, a remuneração do trabalhador no Estado ainda precisa de avanços.
“As negociações salariais obtiveram bons avanços, mas ainda há muito para atingirmos uma remuneração ideal”, avalia. Ele informa que mais da metade (51%) das pessoas que receberão o benefício não devem somar dois salários mínimos. “São pessoas que conseguem, no máximo, ter um fôlego na época do 13º salário, pois os ganhos ao longo do ano viabilizam apenas as despesas básicas”, aponta Silva.
Segundo ele, a renda extra deve ser utilizada de modo consciente e com um planejamento adequado para o cumprimento das despesas do início do ano com impostos e, para quem possui filhos em idade escolar, compra de uniformes e materiais. “O uso do 13º salário para o pagamento de dívida é bastante indicado. Só não vale pagar para obter mais crédito e iniciar o ano endividado novamente”, orienta.
O equivalente a 2,4% do PIB estadual
Ainda conforme a análise do Dieese, o montante que chegará o 13º salário no Paraná equivale a 5,36% do total do Brasil, que atingirá R$ 118 bilhões, e 34,7% da região Sul. Esse montante representa em torno de 2,64% do PIB estadual.
Os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários, representam 62,2%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 35,3%. O emprego doméstico com carteira assinada participa com 2,4%. Em termos de valores os empregados formalizados vão ficar com 74,7% (R$ 4,725 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 20% (R$ 1,264 bilhões). Aposentados e pensionistas do estado terão 4% (R$ 252,7 milhões; e para os empregados domésticos serão destinados 1,3% (R$ 84,143 milhões).