Promover pesquisa e desenvolvimento tecnológico da produção e uso de biocombustíveis para todo o País. Esse é o objetivo do Centro Brasileiro de Referência em Biocombustíveis (Cerbio), que foi criado ontem em Curitiba. No centro – que terá base operacional no Tecpar – também serão feitas avaliações da viabilidade técnica, econômica, social e ambiental do mercado de biocombustíveis como insumo energético, além de projetos e pesquisas na área de desenvolvimento.
A criação do Cerbio fez parte das atividades do Seminário Internacional de Biodiesel, – que começou ontem e segue até amanhã em Curitiba -, que está reunindo especialistas sobre o assunto de vários países. Segundo o coordenador do evento e professor adjunto do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná, Luiz Pereira Ramos, o seminário está servindo como um intercâmbio de informações sobre a produção e utilização de derivados de óleos vegetais na produção de combustíveis alternativos.
A idéia de utilização de óleos vegetais em motores a combustão vem sendo estudada há vários anos, e há mais de cem anos esses produtos já foram testados em motores estacionários. Países como a Aústria, Alemanha, Estados Unidos e Japão já investem pesado na produção e viabilização comercial do biodiesel. Entre as matérias-primas mais utilizadas estão os óleos de soja e canola, e alguns tipos de fritura, como os derivados do processamento industrial de alimentos.
Curitiba
De acordo com Luiz Pereira Ramos, em Curitiba já estão em testes veículos de transporte coletivo com o MAD8, uma mistura de etanol, diesel e AEP102 (derivado de biodiesel). Os resultados mostraram um redução de 40% na emissão de poluentes. Outra vantagem desse sistema é que o veículo não precisa de nenhuma conversão para a utilização. Ramos acredita que o combustível alternativo poderá estar disponíveis nos postos em até dois anos, bastando para isso a regulamentação, especificação por parte dos órgão competentes e criação de processadores do combustível.
Além da redução da poluição, o biocombustível tem com vantagens para o País, aponta o professor, a melhoria da qualidade de vida das pessoas, redução da importações de diesel e conseqüente melhora na balança comercial. Ainda, aumento da produção, agrícola com abertura de mais empregos no campo e descentralização de renda, e ajuda o País a manter as metas estabelecidas no protocolo de Kyoto (que prevê a redução dos níveis mundiais de emissão de gases poluentes para reduzir as conseqüências do aquecimento global ou efeito estufa).
Serviço: o Seminário Internacional de Biodiesel está sendo realizado no Blue Tree Tower Hotel, em Curitiba.