O desenvolvimento da chamada Cadeia Nacional de Fornecedores de Bens e Serviços da Petrobras foi o motivo da presença do presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, nesta segunda-feira (25) em Curitiba, para a primeira reunião estratégica com os empresários paranaenses. No Estado, 1.060 empresas estão cadastradas para se habilitarem ao posto de fornecedores da Petrobras. Mas apesar de Gabrielli acreditar que esse número possa aumentar tanto no Paraná quanto no Brasil, alguns empresários que acompanharam a reunião colocaram em xeque o acesso à Petrobras devido à interferência de epcistas (uma espécie de empreiteiros de grandes obras).
Gabrielli admitiu que uma empresa do porte da Petrobras, eventualmente, possa sofrer esse tipo de problema na hora de selecionar fornecedores. ”A Petrobras atua em diversas frentes e esse tipo de situação demanda de mais interfaces a serem desenvolvidas e gerenciadas por nossa engenharia”, afirmou. “Mas esse trabalho junto aos empresários, entidades de classe e os governos estaduais e municipais, que deve culminar em um grupo de trabalho, certamente, ajudará a Petrobras nesse objetivo de ter novos fornecedores tanto para o pré-sal, que é a prioridade neste momento, quanto para toda a indústria petroleira.
Segundo o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, Pontal do Paraná se mostra como o local mais adiantado no Estado para o desenvolvimento de uma espécie de condomínio industrial do pré-sal. Na presença do governador Beto Richa, Barros afirmou que o governo já lançou um decreto para agilizar os processo de licenciamento que permitirão às empresas como a Techint, instalada há 20 anos em Pontal, produzir plataformas e tedsides para a Petrobras. “O pré-sal já é uma realidade no Paraná e já está confirmada a geração de seis mil empregos diretos só com essa ação”, assegurou o secretário.
Para o governador Beto Richa, “a presença do presidente Gabrielli em nosso Estado é uma demonstração clara da disposição da Petrobras em ampliar os índices de nacionalização do pré-sal nas empresas que produzirão sondas, insumos e equipamentos para esse projeto e toda a indústria petroleira”.
R$ 4 bilhões disponíveis
Gabrielli chamou a atenção dos empresários presentes na reunião de que há vários mecanismos de investimentos para empresas fornecedoras da Petrobras. Por meio dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), por exemplo, operacionalizados via mercado financeiro, estão disponíveis R$ 4 bilhões. “Dos R$ 5 bilhões viabilizados por Fundos de Direitos Creditórios, apenas R$ 1 bilhão está sendo utilizado, justamente, porque o empresário desconhece esse tipo de meio de capitalizar o seu negócio”, ressaltou.
O FDIC garante recursos financeiros aos fornecedores após a assinatura do contrato (para entrega futura) com seu cliente comprador. Na prática, equivale a um financiamento concedido antes da execução do contrato, com pagamentos compatíveis ao cronograma físico-financeiro do empreendimento.
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