O governo brasileiro deverá divulgar, em 60 dias, as condições sobre o acordo feito com a Alemanha para a produção de 100 mil carros a álcool no Brasil. Todas as montadoras que fabricam veículos a álcool poderão participar do programa, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho. Com o aumento da produção de carros a álcool, existem no mercado algumas dúvidas: o País terá, ou não, capacidade e mecanismos para suportar a demanda?, e se houver a escassez do produto, os preços vão subir?
Os produtores de álcool carburante do Paraná afirmam que o Estado não terá problemas para suprir o mercado. Segundo o presidente da Alcopar (Associação de Produtores de Álcool e Açúcar no Paraná), Anísio Tormena, o setor pode reduzir a produção de açúcar ou ampliar a área plantada gradativamente. “Potencial, clima, terra e empresariado disposto em investir é o que nós mais temos”, disse.
Em relação ao possível aumento do preço do litro do álcool em 20%, como está sendo especulado, o presidente da Alcopar entende que ele está apenas voltando ao patamar do ano passado. Explica que com o excesso de álcool no mercado, os preços caíram e só agora estão voltando ao normal.
Os valores médios praticados no Paraná são os seguintes: álcool hidratado R$ 0,55 e álcool anidro R$ 0,64. “Devido à lei de oferta e procura tivemos uma ?barrigada?, pois a quantidade de álcool disponível no mercado era maior que o necessário”, declara Anísio.
O acordo entre Brasil e Alemanha foi estabelecido dentro das regras do Protocolo de Kyoto, onde os países desenvolvidos podem comprar dos países em desenvolvimento os chamados créditos de carbono.
Produção
O Paraná produziu na última sasfra 1,3 bilhão de litros de álcool e 1,02 bilhão de toneladas de açúcar. O Estado tem 300 mil hectares de cana-de-açúcar plantados, o que representa menos de 3% da área da agricultura. O Brasil produziu nesta safra 12 bilhões de litros de álcool.
A Alcopar é uma unidade que cuida da parte institucional do setor no Paraná e está em defesa dos interesses da classe. Segundo Anísio Tormena, a associação lutou anos para que houvesse um aumento na produção de carros movidos a álcool, pelo fato de ele ser um combustível ecologicamente correto, viável e perfeito para o desenvolvimento do carro. “A volta do uso dele representa uma melhora significativa para o setor”, conclui.
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