Custo

Paraná sofre com modelo energético brasileiro

O modelo de setor elétrico adotado atualmente no Brasil não é favorável ao Paraná. As indústrias paranaenses teriam sua lucratividade e competitividade aumentadas se pudessem consumir apenas a energia produzida dentro do próprio Estado. A observação é do presidente da Copel, Ronald Thadeu Ravedutti, que ontem, em Curitiba, participou de um evento sobre energia e tecnologia.

Segundo ele, o Paraná tem uma potência instalada de 4.560 MW. Porém, desde o final do ano de 2004, todas as geradoras de energia colocam sua produção à disposição de distribuidoras de todo País, que vão comprando conforme o preço aplicado e a necessidade.

“Esta federalização da energia gera prejuízos ao Paraná, pois nossas usinas são mais antigas e produzem energia mais barata. A energia gerada em nosso Estado está servindo para baixar a média nacional. Porém, as indústrias paranaenses acabam sendo prejudicadas, tendo que adquirir energia de um mix de geradoras de todo território nacional”, comenta.

O superintendente do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Newton Pohl Ribas, acredita que a realidade citada por Ronald precisa ser revertida.

“É uma política do governo Federal que precisa ser reavaliada. Um tema que o Paraná deve colocar em discussão, principalmente agora, em que um novo governo se aproxima”, declara.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), Rodrigo da Rocha Loures, diz que a lucratividade líquida das empresas costuma variar de 2% a 3% do volume de negócio.

Por isso, qualquer benefício de redução de custos irá se refletir sobre a capacidade de inovação, qualidade, presença no mercado, dinamismo e empregabilidade.

“A energia é um custo que está presente em toda cadeia produtiva. Para reverter os efeitos do atual modelo do setor elétrico, o Paraná precisa estar unido e ter competência política. É necessário um trabalho permanente de articulação em vários níveis, como o técnico, o político e o burocrático”, afirma.

Para evitar que o Brasil sofra as consequências da falta de energia, Ronald Ravedutti diz que devem ser realizados investimentos em geração em todo País. “É isso que a Copel está fazendo, por exemplo, ao construir a usina de Mauá, que terá potencial instalado de 360 MW. Além disso, recentemente vencemos uma licitação no Mato Grosso, para construção da usina de Colider, com potencial de 300 MW”.

Novidades

O presidente da Copel anunciou os primeiros testes para a viabilização de estruturas que deverão abrigar a chegada dos veículos movidos a energia elétrica no Paraná.

Segundo Ravedutti, a Copel pretende instalar postos de abastecimento em Curitiba e Foz do Iguaçu, além de iniciar testes com três taxis no aeroporto Afonso Pena, ainda em setembro. “Precisamos sair na frente na preparação para a chegada do carro elétrico que já é uma realidade mundial”.

Ravedutti aproveitou o encontro realizado na Fiep para apresentar, também em primeira mão aos empresários paranaenses, o programa “Paraná Digital Internet Popular”, que visa oferecer a população de baixa renda, acesso a internet de banda larga com preços que devem variar entre R$ 15 e R$ 20, abaixo da média praticada pelo mercado, que está em torno de R$ 80.

O programa, segundo o presidente da Copel, será feito em parceria com os provedores de internet e terá subsídios tributários da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefa).

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