A partir do próximo ano, o Paraná vai dar um salto de qualidade em relação aos demais estados produtores de frango do País. Com a criação de um banco de dados que armazenará todas as áreas e os produtores de frango, além das empresas que operam no Estado, o controle sanitário do produto que estará sendo comercializado internamente e exportado para outros países estará garantido. Isso será possível graças à utilização de um Sistema de Posicionamento Global (G.P.S.), que por meio de sinais de satélite, calcula a exata posição de qualquer ponto na Terra.
Os trabalhos de rastreamento serão iniciados a partir da segunda semana de janeiro, com previsão de seis meses para que todos os produtores já estejam cadastrados nesse novo sistema. Com isso, o governo poderá ter controle de toda a produção do Estado. Atualmente, o controle sanitário ocorre com base nos dados encaminhados pelas empresas abatedoras. Ontem pela manhã, representantes do setor avícola entregaram ao vice-governador e secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti, um computador, e um aparelho G.P.S., para a localização de todas as áreas avícolas do Paraná, para que o trabalho comece a ser desenvolvido.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins, o G.P.S. vai possibilitar um controle mais rigoroso das áreas de criação. Atualmente, o Estado é o maior produtor de frango do País, mas perde em exportações para Santa Catarina. Japão e Arábia Saudita foram os principais países que importaram a carne de frango paranaense nos últimos anos. Hoje, no Estado, vinte empresas abatedoras estão habilitadas para exportar o produto. Outras treze empresas abastecem o mercado interno. "O setor produtivo já vem desenvolvendo uma série de normas para aprimorar a sanidade. Agora, queremos que o governo se engaje nesta luta, pois é de interesse do Estado que o produto tenha as condições necessárias para entrar no mercado. Não tenho conhecimento de outras iniciativas como essa no País. É algo novo, um diferencial", disse.
A expectativa é de que com essa nova iniciativa, a qualidade do produto paranaense seja mais reconhecida e, conseqüentemente, o crescimento das exportações do setor seja ainda maior. Somente nesse ano, de janeiro a outubro, o Estado exportou mais de US$ 564 milhões de carne de frango e derivados. Isso representou um aumento de 54% em relação às exportações de 2003. "Hoje, diversas missões vêm comprar o produto e querem saber as condições de todos os produtores do Estado. Com o novo sistema, essa rapidez nos dados será possível e qualquer pessoa vai poder verificar o mapa de rastreamento dos produtores do Estado. Isso favorece todo um mercado ávido por esse produto. Se tem qualidade e informação, novos negócios serão fechados", afirmou.