Discutir os reflexos da crise mundial na economia paranaense. Esse foi o tema de um debate realizado ontem pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), que contou com a presença de especialistas e empresários.
Para o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fábio Dória Scatolin, o Paraná vai enfrentar algumas dificuldades enquanto perdurar a crise, todavia mostra-se otimista.
“O Paraná tem potencial para enfrentar essa crise mundial. Claro, não estamos invulneráveis aos reflexos que vêm atingindo não só o Brasil como todo o mundo, mas acredito que conseguiremos sair bem dessa situação”, comenta.
O presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, compartilha da mesma opinião, contudo, faz alguns alertas. “O empresário paranaense precisa, de sobremaneira, prestar muita atenção no que está fazendo, traçar cenários, ter planos de contingência e fazer ajustes. Ele poderá até mesmo se aproveitar da crise, pois surgem oportunidades boas em que ele poderá crescer”, diz.
Loures também dá a dica do que o governo federal poderia fazer para que os efeitos da crise sejam amenizados. “Quem fez empréstimo de capital a curto prazo poderia ter o prazo de pagamento alongado. Em um primeiro momento, o empresário iria pagar mais juros, entretanto, teria condições de fazer sua empresa funcionando. Poderiam também ampliar o prazo para recolhimento de impostos, desonerar totalmente os investimentos, diminuir os juros e, principalmente, mudar a política cambial.”
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), Carlos Artur Krüger Passos, diz que o quadro atual não deve encerrar tão cedo e que o governo brasileiro não deve deixar sua política estritamente ao lado financeiro. “É necessário que o governo não incomode o empresariado. As políticas públicas não podem prejudicar o desenvolvimento das empresas.”