Exportação

Paraná se destaca na produção de óleo de laranja

A cidade de Paranavaí, na região noroeste do Estado, é a principal produtora de laranja no Paraná. Além da fruta destinada para consumo in natura, existem indústrias na região que fabricam suco de laranja concentrado.

Um subproduto deste processo é o óleo de laranja, que está ganhando destaque em vários lugares do mundo. Isto porque o óleo tem substâncias fixadoras que são usadas em produtos de perfumaria e cosméticos.

A Cocamar, cooperativa que tem uma fábrica de suco concentrado em Paranavaí, produz anualmente 470 toneladas de óleo essencial de laranja. Cerca de 90% deste volume é exportado, principalmente para França (30% do total exportado), Inglaterra, Alemanha, Espanha, China, Canadá e Estados Unidos.

O restante da produção atende o mercado interno. Atualmente, a tonelada do óleo essencial de laranja está valendo US$ 3 mil. O preço normal varia entre US$ 900 e US$ 2,5 mil, mas a procura pelo produto se encontra em alta.

“Queremos agora expandir para o Oriente Médio”, revela Peter Elshof, gerente comercial do departamento citrus da Cocamar. A meta para 2011 é alcançar a produção de 625 toneladas de óleo de laranja.

O processo de extração começa quando a fruta entra na linha de produção. Depois da lavagem e desinfecção, as laranjas são encaminhadas para as máquinas extratoras.

O suco é retirado e, ao mesmo tempo, “garras” rompem as bolsas existentes na casca onde fica o óleo. São dois subprodutos: o óleo essencial e o d’elimoneno. O primeiro é utilizado principalmente em perfumes e cosméticos, além de servir de aromatizante em bolos, balas e doces. Já o d’elimoneno é usado muito na indústria química, em solventes e produtos de limpeza, por exemplo.

A extração dura cerca de trinta minutos e o óleo posteriormente vai para decantação. Nesta fase, até aparecer o óleo nobre, são 15 a 20 dias de espera. Para a produção de um quilo de óleo essencial, são necessários 400 quilos de laranja, em média. Para o d’elimoneno, são 2 mil quilos de laranja.

“O óleo de laranja é rico em terpenos (hidrocarbonetos). Através de processos químicos, é possível tirar alguns destes terpenos que têm como característica a fixação e que são usados como fixadores na indústria de perfumes”, comenta Bom Filho Xavier Junior, engenheiro químico e supervisor da produção na indústria de suco da Cocamar.

A venda do óleo representa apenas 1% do faturamento da Cocamar, mas é uma importante receita para a cooperativa. Toda a produção deste ano já está vendida e, se tivesse como aumentar a quantidade de óleo, encontraria facilmente espaço no mercado para comercialização.

Clima e solo facilitam a produção

As regiões noroeste e norte do Paraná são as maiores produtoras de laranja do Estado, com destaque para a cidade de Paranavaí, responsável por 45% da produção total.

A previsão de colheita para a safra 2010/2011 alcança as 650 mil toneladas e os trabalhos devem terminar em janeiro. O Paraná é somente o quinto estado brasileiro na produção da fruta, com menos de 3% na participação nacional, segundo Paulo Andrade, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Saúde e do Abastecimento. São Paulo continua sendo o maior produtor brasileiro e mundial de laranja, com 15 milhões de toneladas previstas para este ano.

De acordo com José Gilberto Pratinha, produtor de laranja e presidente da Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, o clima, o solo e a topografia facilitam a produção de laranja na região.

Os primeiros pomares surgiram em 1987. “Hoje, o nosso principal problema é uma bactéria que causa uma doença que leva a ,planta à morte. Mas a contaminação é baixa aqui na região e a situação está controlada”, explica.

Paranavaí possui cerca de 15 mil hectares com plantação de laranja e gera sete mil empregos diretos. Pratinha acredita que a produção deve aumentar consideravelmente em 2011, pois há muitos pomares novos.

A durabilidade de cada árvore é de cerca de 20 anos, ou seja, 20 safras. Os primeiros pomares já foram substituídos. Para dar os primeiros frutos, demora cerca de três anos.

Atualmente, 30% da produção paranaense vai para o consumo in natura e o restante é destinado à indústria de suco. O produtor ganha R$ 15 pela caixa de laranja (40,8 quilos) na venda para as Ceasas e outros atacadistas.

Já para as indústrias, o valor é de R$ 10. “Está valendo a pena, ainda mais para faz uma média ponderada”, comenta Pratinha. Além de duas indústrias de sucos em Paranavaí e outra em Rolândia, existem dois projetos industriais em Cruzeiro do Oeste e Uraí (perto de Cornélio Procópio), conforme Andrade, do Deral. (JC)

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