O Paraná foi o terceiro estado que mais empregou no País no mês passado. Foram 16.739 novas inserções no mercado formal de trabalho, o que representou crescimento de 0,82%.
Em volume, o Paraná só perdeu para São Paulo (75,7 mil empregos) e Minas Gerais (37,9 mil). Em maio do ano passado, o saldo havia sido semelhante: 16.360 vagas e crescimento de 0,85%.
Com este resultado, o Estado acumula nos cinco primeiros meses desse ano saldo de 95.218 empregos – quase 10% mais do que o acumulado no mesmo período do ano passado, quando o saldo era de 86.749, e número recorde para o período desde 1992.
O resultado acumulado dos últimos 12 meses também revela que a geração de empregos está mais dinâmica: foram 107.847 no ano passado contra 130.830 este ano. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Do total de empregos criados no mês passado no Paraná, quase um terço (5.001) surgiu na indústria de transformação, com destaque para a indústria de alimentos e bebidas, com 2.007 vagas. Outro setor importante foi o de serviços, com 4.547 vagas, a maior parte delas (1.996) em serviços terceirizados, vigilância, limpeza.
O destaque, porém, ficou com a construção civil, que registrou o maior crescimento do nível emprego entre todos os setores pesquisados (variação de 3,84%, bem acima da média de 0,82%). Na construção, o saldo foi de 3.095 empregos. O comércio também empregou mais: 3.047 no caso do comércio varejista.
Já as quedas no mês ficaram por conta da indústria de madeira e mobiliário, com saldo negativo de 261 empregos, comércio atacadista (-32) e administração pública (-6).
No acumulado do ano (janeiro a maio), os setores que mais contrataram foram a indústria de transformação, com saldo de 34.583 empregos – destaque para a indústria de alimentos e bebidas, responsável por 17,6 mil vagas -, o setor de serviços, com saldo de 25.590 empregos, comércio (13.749), agricultura e silvicultura (10.541) e construção civil (9.739).
Desaceleração
Para o economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), apesar do número de empregos acumulado de janeiro a maio ter sido recorde, dificilmente o bom desempenho será mantido até o fim do ano. ?Nossa expectativa é de desaceleração no segundo semestre?, apontou.
Segundo ele, entre os principais fatores do pouco otimismo estão o crescimento menor da economia internacional – o que significa que as exportações devem reduzir -, retomada do controle da inflação pelo governo federal, elevação da taxa de juros que pode inibir investimentos.
?A gente acredita que o Paraná deve encerrar o ano com desempenho entre de 2006 e 2007?, disse. Em 2006, o Paraná gerou 86 mil empregos e, em 2007, 122.361 vagas. O recorde histórico foi obtido em 2004, com a geração de 122.648 empregos.
País criou 202,9 mil vagas
Em todo o País, o Caged registrou a geração de 202.984 empregos formais em maio. O resultado foi menor do que o verificado em igual período de 2007, quando foram criados 212.217 postos de trabalho.
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, a queda na geração de empregos formais se deve a ?um fator sazonal no setor sucroalcooleiro?. Segundo o ministro, no mês de maio foram fechados 7 mil postos de trabalho em Alagoas por causa do período de entressafra na produção de cana. ?Isso explica essa diferença de um ano para o outro?, disse.
Recorde
No acumulado de janeiro a maio, a abertura de novos empregos totalizou 1.051.946, número recorde de criação de postos de trabalho da série histórica do Caged. O valor, segundo o Ministério do Trabalho, é 15% maior do que o recorde anterior, que ocorreu em igual período de 2007, quando foram criados 913.836 postos de trabalho.
?Tivemos um começo de ano muito forte na demanda interna?, avaliou Lupi. Segundo o ministro, a cada dia se confirma a sua previsão de um novo recorde de geração de empregos formais no Brasil este ano. O Ministério do Trabalho projeta a abertura de mais 1,8 milhão de postos em 2008. Em 2007 foram 1,617 milhão.
Lupi disse que o aumento do salário mínimo para R$ 415,00 este ano elevou o consumo, o que, por conseqüência, fez crescer a produção e o emprego. O ministro atribuiu o bom resultado no mercado à ?pujança da economia brasileira?. O ministro destacou a informação de que mais de 30 milhões de brasileiros trabalham, hoje, com carteira assinada.