Com uma expansão de 4,5% em janeiro ante dezembro, pela série com ajuste sazonal, o fluxo de veículos pelas estradas pedagiadas do Paraná foi o que mais contribuiu para o aumento de 1% do fluxo total no período, segundo dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) divulgados nesta sexta-feira em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.
Em igual período, a circulação de veículos leves pelas estradas paranaenses pedagiadas ficou praticamente estável em relação a dezembro de 2012, com ligeiro crescimento de 0,1%, mas os pesados contribuíram com aumento de 6% nas passagens pelas praças de pedágio nas rodovias do Paraná. Quando comparado janeiro deste ano com o mesmo mês do ano passado, o índice geral cresceu 3,9%. Os leves avançaram 2,7% e o fluxo dos pesados, 6,8%. No acumulado de 12 meses, o indicador da ABCR cresceu 5,6%. O fluxo dos leves subiu 6,3% e o dos pesados, 4,4%.
São Paulo foi o Estado no qual se registrou o segundo maior crescimento no fluxo de veículos nas praças de pedágios em janeiro, na comparação com dezembro, com ajustes sazonais. O fluxo total cresceu 2,1%, os leves 0,4% e os pesados, 5,3%. No confronto de janeiro deste ano com o mesmo mês de 2012, o índice geral avançou 5,5%, a movimentação dos leves cresceu 4,7% e o dos pesados, 8%. Nos últimos doze meses, o indicador ABCR avançou 4,2%. O fluxo de leves cresceu 5,1% e o de pesados, 2%.
No Rio Grande do Sul, o fluxo total de veículos nas estradas pedagiadas cresceu 0,5% em janeiro ante dezembro. Na mesma comparação, que leva em conta os ajustes sazonais, a circulação dos veículos leves sofreu queda de 1,5% e o dos pesados aumentou 3,7%. Comparado com janeiro de 2012, o fluxo total de veículos pelas estradas gaúchas cresceu 3%, o de leves avançou 2,7% e o dos pesados, 4%. No acumulado de 12 meses, a circulação total registrou alta de 5,9%, o dos leves cresceu 8,4% e o e pesados caiu 0,3%.
O fluxo de veículos no Rio de Janeiro no primeiro mês deste ano caiu 0,4% na comparação com dezembro do ano passado. Houve queda de 0,6% na movimentação dos veículos leves e alta de 3,9% dos pesados. Na comparação de janeiro com o mesmo mês do ano passado, o fluxo total de veículos nas estradas fluminenses pedagiadas cresceu 3,3%. O dos leves aumentou 3% e o dos pesados, 4,4%. No acumulado de 12 meses, o fluxo total cresceu 4,5%, o dos leves avançou 4,9% e o de pesados, 3%.
Indústria
O crescimento do fluxo total de veículos em janeiro em relação a dezembro do ano passado, de 1%, aponta para um ajuste nas condições observadas nos dados nacionais e regionais da indústria em dezembro.
A avaliação é do economista da Tendências Consultoria, Rafael Baccioti. “Parece que teremos resultados um pouco melhores para a indústria, principalmente quando olhamos para o setor automobilístico, no começo deste ano”, prevê o economista. Para ele, o Índice ABCR, como vários outros indicadores, aponta para um melhor desempenho da atividade industrial no mês de janeiro, que em um contexto de redução dos estoques, deve encontrar espaço para crescer nos próximos meses.
Quanto à estabilidade apresentada em janeiro em relação a dezembro pelo movimento dos veículos leves, Baccioti diz observar a manutenção de uma tendência positiva, mostrando, agora, certa moderação. “O mercado de trabalho ainda tem condições muito boas, mas perceberemos um arrefecimento na renda. De qualquer forma, o crescimento de 6,2% da massa salarial em 2012 quando comparado a 2011, segundo dados do IBGE, ainda é muito expressivo”, disse o economista.
Ainda de acordo com Baccioti, o mercado de trabalho deverá manter em alta os níveis de emprego e renda e a inadimplência tende a cair, trazendo um quadro mais positivo para os leves. Sobre a expansão de 5% do fluxo dos veículos pesados em janeiro em relação a dezembro, o economista da Tendências diz este é o primeiro sinal positivo para a indústria e veio com a produção de veículos, que cresceu 11% nesta mesma base de comparação, de acordo com dados da Anfavea e ajustados pela Tendências.
“A dinâmica da produção tem se relacionado, nos últimos meses, ao comportamento dos bens duráveis, principalmente veículos, devido aos incentivos e ao peso relevante que têm na indústria geral. Quando esse número oscila, afeta a produção como um todo para cima ou para baixo”, avalia Baccioti. Para ele, as importações também explicam o bom desempenho do fluxo de veículos pesados. “Dados da Funcex com ajuste da Tendências apontam crescimento de 2,6% entre novembro e dezembro nas importações de bens manufaturados”, afirma Baccioti.