A posição do governo em relação à soja transgênica foi um dos assuntos discutidos entre o governador Roberto Requião e a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak. Requião salientou que, apesar da decisão judicial que libera o plantio e venda do produto, o Paraná continuará mantendo a sua proibição e fiscalização. “É uma questão de nicho de mercado. A China e o Japão, por exemplo, só importam a soja sem modificação genética e nós continuaremos mantendo o padrão de qualidade livre da transgenia”, declarou o governador.

O governador também falou à embaixadora que estuda a compra da Usina Elétrica a Gás (UEG) Araucária. A usina foi construída numa associação entre a empresa norte-americana El Paso (60%), Copel (20%) e a Petrobras (20%) a um custo de mais US$ 300 milhões, e aproveitaria o gás vindo da Bolívia para a produção de 480 MW/hora de energia, o suficiente para abastecer toda Curitiba. “Além do problema de contrato, esta usina é incompatível quanto a ciclagem e quanto ao gás que consome”, salientou o governador à embaixadora.

A usina deveria ter entrado em funcionamento em setembro do ano passado, mas se encontra parada por falta de equipamentos compatíveis. “A UEG seria fantástica na Arábia Saudita, mas está num ambiente rigorosamente inadequado aqui no Paraná”, disse Requião. Isso porque – explicou o governador – os americanos descobriram que a usina funciona com gás de petróleo, mas não com gás de petróleo da Bolívia. “Se esta usina fosse usada, numa crise, para atender a demanda do sistema brasileiro, ela poderia explodir como uma bomba derrubando como um castelo de cartas o sistema nacional.”

O governador comentou também sobre a viagem que fará ao Texas, no próximo dia 18 (segunda-feira), em companhia da ministra de Minas e Energia, Dilma Roussef, do diretor-presidente de Itaipu, Jorge Samek e de uma equipe de técnicos da Copel, para conhecer o sistema de gestão pública de energia no estado norte-americano.

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