O secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, voltou a defender ontem, em Curitiba, uma maior união entre o Brasil e os países vizinhos na luta contra a febre aftosa. A informação foi dada num momento em que o governo do Estado e os pecuaristas aguardam a liberação, por parte do Ministério da Agricultura, dos resultados dos exames de sorologia realizados em animais das propriedades situadas num raio de 10 quilômetros das fazendas consideradas focos da doença pelo Ministério.
O avanço internacional nas ações de prevenção da febre aftosa na América do Sul foi uma das questões apresentadas e cobradas por Ribas, do Ministério da Agricultura, na terça-feira (13), em Brasília, durante reunião com o secretário nacional de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Maciel, os proprietários das fazendas e deputados federais do Paraná. Maciel informou que os resultados da sorologia deverão ser oficialmente divulgados hoje, pelo Ministério.
Quanto à defesa sanitária nas regiões fronteiriças, Ribas afirmou que cabe aos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores firmarem um protocolo entre o Brasil e os países vizinhos para que seja possível avançar na luta contra a febre aftosa nas regiões de fronteira. ?Essa proposta está em Brasília há mais de três anos. Na época, ela foi apresentada pelo vice-governador Orlando Pessuti, que esclarecia sobre as ações que deveriam ser realizadas na fronteira?, lembrou.
Ribas informou que, inicialmente, as ações de defesa sanitária deveriam ser desenvolvidas num raio de 25 quilômetros da fronteira entre o Paraná e o Paraguai. Segundo o secretário da Agricultura, entre os procedimentos, estariam a utilização de GPS para identificar as propriedades da região e o uso de brinco, inviolável e com código de barras, nas orelhas dos animais. ?Essas práticas ocorreriam no Paraná e no país vizinho simultaneamente. Assim, seria possível acompanhar o movimento dos rebanhos e ter as informações sobre as propriedades e o gado. Seria um trabalho minucioso de rastreabilidade?, afirmou.
Para Ribas, é importante que outros países da região, como Argentina e Bolívia, também participem dos trabalhos de prevenção. ?Precisamos unir forças. Só com o Paraguai, por exemplo, o Mato Grosso do Sul tem uma fronteira seca de mais de 900 quilômetros?, comentou.
Ele ainda lembrou que o Paraná tem atendido todas as exigências da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no que se refere à defesa sanitária. Ele citou a criação do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec), as campanhas de vacinação, realizadas duas vezes por ano, além dos investimentos do governo do Estado na área. (AEN)