O valor da produção agrícola do Paraná caiu 26% em 2005 ante 2004, significando uma redução de R$ 4,046 bilhões de um ano para o outro. Com este resultado, o Paraná, que ocupava o segundo lugar no ranking dos estados em 2004, perdeu posição para o Mato Grosso. Os dados fazem parte da Pesquisa Agrícola Municipal, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostra que, em 2005, a produção agrícola do Paraná somou R$ 11,594 bilhões – 26% a menos do que os R$ 15,641 bilhões registrados em 2004. De acordo com supervisora de projeto do IBGE, Maria de Fátima Benincazo, a queda no valor se deve principalmente ao fator climático – período longo de estiagem, que atingiu o Paraná e afetou principalmente a produção de soja e milho. No ano passado, a área plantada do estado foi de 9.501.058 hectares – contra os 9.670.002 hectares registrados em 2004. A área colhida também caiu, de 9.662.142 hectares em 2004 para 9.347.329 hectares no ano passado.
No ranking por área plantada, a soja foi a cultura que ocupou maior espaço no Paraná em 2005, com 4,1 milhões hectares, seguida pelo milho (2,1 milhões hectares), trigo (1,2 milhão), feijão (443 mil hectares) e cana-de-açúcar (404 mil).
Já no ranking da produção, a cana-de-açúcar somou 29,7 milhões de toneladas no Paraná no ano passado, seguida por soja (9,4 milhões), milho (8,5 milhões), mandioca (3,3 milhões) e trigo (2,7 milhões).
Desempenho fraco
Conforme o levantamento apresentado pelo IBGE, várias culturas apresentaram em 2005 queda na produção no Paraná. É o caso do milho, que registrou queda de 21,6% na comparação com o ano anterior. Assim mesmo, o estado continua sendo o maior produtor do grão, com área colhida de 2.028.372 hectares.
Também houve redução na produção de trigo – cultura em que o estado mantém a liderança de produção -, de 9,3%, causada pela menor área plantada e pela redução da produtividade, devido ao excesso de chuva. O maior município produtor de trigo é Assis Chateaubriand, na região oeste, com 40.000 hectares cultivados.
A cana-de-açúcar também sofreu com a estiagem. As principais regiões produtoras de cana no estado foram atingidas pela falta de chuva, e o resultado foi uma queda de 9% na produção, em função da produtividade que diminuiu 10,1%, em relação ao ano passado. O Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de cana-de-açúcar, com uma produção de 29.717.100 toneladas, o que representa 7% da produção brasileira.
Outra cultura que não foi bem em 2005 foi a soja. No Paraná, segundo maior produtor de soja do país em 2005, foram colhidas 9,4 milhões de toneladas, ou seja, uma safra 7,1% menor que a do ano anterior.
Com relação ao feijão, o Paraná registrou uma produção de 557.019 toneladas, 16,4% menor do que a constatada em 2004. Ainda assim, a participação na produção nacional representou 18,4%, ficando abaixo da mineira em apenas 0,1 ponto percentual.
Já o fumo, cultura em que o Paraná se destaca como terceiro maior produtor nacional, a área colhida foi de 152.371 toneladas, com aumento de 19,7% na produção.
Nível nacional
Em nível nacional, o valor da produção agrícola caiu 14,2% em 2005 na comparação com 2004, com uma redução de R$ 13,6 bilhões. Segundo o IBGE, a maior parte da queda no valor da produção ocorreu por causa da redução nos preços da soja, que recuaram de uma média de R$ 858,48 por tonelada em 2004 para R$ 424,96 na média em 2005. O produto, que responde por 23% do valor da produção agrícola do Brasil, foi responsável, sozinho, por 80% na queda no valor da produção agrícola do país.
Analisando a distribuição estadual do valor da produção, São Paulo foi responsável por 17,6% do valor da produção agrícola brasileira no ano passado. O estado é o maior produtor de laranja (80,5%), cana-de-açúcar (60,2%) e banana (17,6%), e somou R$ 16,7 bilhões. Em seguida aparece o Mato Grosso, responsável por 13,9% do valor da produção nacional, com R$ 13,3 bilhões. O Mato Grosso é o maior produtor de algodão herbáceo (45,9%) e soja (34,7%), e importante produtor de arroz (17,2%) e milho (9,9%). Já em terceiro lugar está o Paraná, com participação de 12,1% e R$ 11,5 bilhões.
