Entre os três estados da região Sul, o Paraná é o que tem a melhor expectativa de crescimento, conforme a avaliação de executivos e funcionários de empresas com faturamento anual acima de R$ 100 milhões.
De acordo com uma sondagem da empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers, em parceria com a Amcham Porto Alegre (Câmara Brasil/Estados Unidos), para 55,6% dos entrevistados, o Paraná teria as melhores perspectivas para os próximos dez anos. O resultado do levantamento poderia ser ainda mais positivo não fossem itens ligados à gestão pública do Estado.
Para os empresários, a pouca agilidade e a burocracia no tramite de documentos, a política tributária e a falta de segurança pesam contra a competitividade econômica do Paraná. Por outro lado, a localização geográfica estratégica e a qualidade de vida atuam a favor do Estado.
De acordo com o sócio-diretor da PwC na Região Sul e membro do Conselho Regional da Amcham-Porto Alegre, Carlos Biedermann, para 40% dos entrevistados, a grande vantagem competitiva do Paraná é a localização, ratificando a proximidade do Estado com os grandes centros do Mercosul e do pontos importantes de logística como o grande diferencial para o desenvolvimento econômico do Paraná.
“Para 35% dos executivos, a qualidade de vida paranaense é a segunda grande vantagem do Estado”, afirma. Em contrapartida, para outros 35% dos entrevistados, a falta de incentivos fiscais seria um dos principais entraves para o crescimento.
Na pesquisa, os executivos também apontaram os segmentos mais promissores, considerando o cenário de instabilidade. Nesse caso, o destaque do Paraná são os segmentos do agronegócio, do ramo automotivo e os de energia elétrica.
A carga tributária, segundo 66,7% dos entrevistados, é o item que mais afeta negativamente os negócios, seguido pelos elevados custos financeiros (33,3%), pela competitividade desleal (29,6%) e pelas baixas margens de lucro (27,8%). A saída é, apontam os executivos, é explorar novos mercados (59,3%) e segmentos de produtos específicos (42,6%).
Na área governamental, a prioridade apontada por 75,9% dos entrevistados se refere à necessidade de investimentos em infraestrutura. Para outros 48,1%, as áreas de educação e formação profissional deveriam estar em primeiro plano.
A pesquisa também avaliou a competitividade das capitais dos três Estados do Sul na relação com as demais brasileiras. Curitiba lidera as indicações (50%), com Florianópolis (44,4%) e Porto Alegre (40,7%) logo atrás.
Realizada com empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a pesquisa engloba os segmentos financeiro, automotivo e de agronegócio, indústria, varejo, energia elétrica, saneamento, petróleo e gás, saúde e serviços.