Pedido

Paraná não quer mais vacinar contra a aftosa

O Paraná fez, ontem, seu pedido oficial para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizar a suspensão da vacinação do rebanho do Estado contra a febre aftosa.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, veio a Curitiba receber o pedido da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), mas não adiantou nenhuma decisão. Segundo ele, a solicitação de tornar o Estado área livre da aftosa sem vacinação ainda terá que ser analisada pelo Ministério.

O pedido da Seab foi entregue pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, na sede do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), logo após uma reunião extraordinária do Conselho Estadual da Sanidade Agropecuária (Conesa), que aprovou por unanimidade a suspensão. Para Bianchini, a decisão mostra que o Estado se sente seguro em relação à doença, devido à boa política sanitária e aos significativos investimentos na área.

De acordo com Stephanes, o Paraná não deve ter problemas para atingir o novo status, a exemplo de Santa Catarina, que é o único Estado nessa condição, desde 2007.

O ministro destacou, ainda, o fato dos produtores estarem, também, apoiando a medida. Na reunião de ontem do Conesa, representantes de 38 entidades privadas e públicas compareceram.

Ele lembrou, no entanto, que deixar os rebanhos sem vacinação, ao mesmo tempo que abre as portas para mercados mais exigentes, como o japonês, traz também mais responsabilidade, já que será necessária maior fiscalização das fronteiras.

O procedimento necessário para declarar o Estado área livre da aftosa sem vacinação, que será liderado pelo secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, o paranaense Inácio Kroetz, deve, ainda, demorar alguns meses.

Técnicos do Ministério devem realizar uma série de auditorias, para confirmar a aplicação das medidas necessárias para o Estado obter a nova condição. A declaração, caso aconteça, deve valer a partir de junho. Enquanto isso, a vacinação prevista para maio está mantida. A intenção é que a programada para novembro não precise mais acontecer.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná, Ágide Meneguette, o próximo passo para o Estado é conseguir o reconhecimento internacional do novo status.

Bianchini afirmou que o trabalho para que o mercado mundial reconheça a condição deve ficar para 2011. No ano passado, o Paraná exportou US$ 159 milhões em carnes bovina e suína. A economia prevista para os produtores, caso a vacinação seja suspensa, é de pelo menos R$ 30 milhões.

Suspensão

O Paraná era reconhecido como Estado livre da febre aftosa, com vacinação, desde 2000, quando, em outubro de 2005, a suspeita de um foco da doença levou à suspensão do status e a um polêmico abate, em março de 2006, de 6,8 mil cabeças de gado. No final daquele ano, necropsias realizadas em animais abatidos não detectaram a presença do vírus. O status perdido na ocasião foi recuperado apenas em 2008.

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