Com a estimativa de produzir 24,84 milhões de toneladas, o Paraná voltará a ser o maior produtor de grãos do Brasil, de acordo com o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizado em janeiro deste ano. Caso as previsões sejam confirmadas, o Paraná deverá responder por 20% da produção nacional de grãos.
O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, informou que historicamente o Paraná sempre ocupou a posição de maior produtor de grãos do País. ?Perdemos a liderança apenas na safra 04/05 para o Mato Grosso devido às perdas provocadas pela adversidade climática?, lembrou.
Segundo Pessuti, as perdas na safra passada somaram seis milhões de toneladas. Na época, o Paraná colheu 22,31 milhões de toneladas de grãos, enquanto que o Mato Grosso foi responsável pela produção de 24,5 milhões de toneladas.
O levantamento da Conab aponta que na safra atual o Paraná deverá produzir 9,98 milhões de toneladas de milho. Com isso, o Estado responderá por 24% da produção nacional do grão. No segundo lugar do ranking, está Minas Gerais com 6,22 milhões de toneladas. Minas será responsável por 14,9% da produção brasileira de milho.
Quanto à soja, o Paraná deverá colher 10,46 milhões de toneladas, ou seja, 18% da produção nacional do grão. O Mato Grosso deverá produzir 17,51 milhões de toneladas e responder por 30,1% da produção de soja do País, mantendo-se na liderança.
Segundo as estimativas, o Paraná também deverá retomar a liderança entre os maiores produtores nacionais de feijão. O Estado deverá colher 660 mil toneladas do produto, enquanto Minas Gerais deverá produzir 545 mil toneladas.
De acordo com o levantamento da Conab, o Paraná responderá por 18,9% da produção brasileira de feijão, enquanto Minas Gerais será responsável por 17,1%. Na safra 04/05, o Paraná perdeu a liderança para Minas Gerais. Enquanto o Estado da região Sudeste respondeu por 18,6% da produção nacional, o Paraná foi responsável por 17,3%.
No caso do trigo, o Paraná continua sendo o maior produtor brasileiro. Nesta safra, o Estado deverá colher 2,80 milhões de toneladas do produto. Com isso, será responsável por 57,5% da produção nacional do grão.
O Paraná também se mantém como o maior produtor de aveia do País. Nesta safra, deverá colher 394,5 mil toneladas e responder por 76% da produção dos grãos.
O chefe do Setor de Previsão de Safras do Deral, Dirlei Antonio Manfio, informou que o retorno do Paraná à liderança na produção nacional de grãos é explicado por diferentes fatores. Entre eles, o aumento da área de milho no Estado em detrimento da área de soja.
Segundo Manfio, a produção deve alcançar um volume maior na safra atual devido à produtividade do milho ser praticamente o dobro da verificada na soja. ?Um hectare de milho produz cerca de seis toneladas, enquanto que a mesma área com soja produz, em média, três toneladas?, disse.
Nesta safra, a área plantada com milho no Paraná cresceu 17%. Saltou de 1,95 milhão de hectares, na safra 04/05, para 2,21 milhões de hectares na safra atual. Já a área cultivada com soja foi reduzida em 5,2%. Caiu de 4,15 milhões de hectares na safra passada para os atuais 3,93 milhões de hectares.(AEN)
UE anuncia corte de 13,6% na produção de açúcar
Genebra (AE) – Para evitar a queda do preço do açúcar, a União Européia (UE) anunciou ontem que irá cortar sua produção em 13,6% a partir de julho. Os europeus, graças a seus subsídios milionários, são os segundos maiores exportadores do produto no mundo, superados apenas pelo Brasil. Mas diante de sua produção subsidiada, acabam deprimindo os preços internacionais do açúcar e afetando a renda dos exportadores brasileiros. A decisão européia pode ser positiva para as exportações de açúcar do País.
O corte representa uma redução na produção de 2,5 milhões de toneladas, de um total de 17,4 milhões de toneladas produzidos em todo o bloco europeu. A redução, porém, tem como objetivo equilibrar o mercado da UE diante da reforma no sistema de subsídios que também será posto em prática a partir de julho.
Há poucos meses, os europeus estabeleceram um plano para cortar em 36% o preço mínimo pago ao produtor pelo açúcar nos próximos quatro anos. Para julho, o corte inicial seria de 20%. A decisão de reduzir a produção, portanto, evitará que os cortes nos preços sejam ainda mais drásticos para os agricultores.
Segundo a Comissão Européia, o objetivo do corte de produção é evitar que, com queda de preços já planejada, a produção acabe jogando preço ainda mais para baixo. De acordo com Bruxelas, quem fez o pedido para que a produção fosse diminuída foram os próprios governos europeus, preocupados com a renda de seus fazendeiros.
A reforma do sistema de subsídios foi iniciada depois que o Brasil conseguiu que a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenasse a política de apoio da Europa ao setor. O Itamaraty alegou que os subsídios afetavam a competitividade do País, já que o açúcar nacional acaba sendo obrigado a concorrer com um produto apoiado financeiramente por outros governos. A OMC acatou os argumentos brasileiros e exigiu que os subsídios fossem reduzidos.
Brasil
A decisão européia pode ser positiva para as exportações de açúcar do Brasil. Os maiores cortes nos subsídios ocorrerão no açúcar para exportação o que pode gerar uma demanda excessiva no mercado doméstico europeu. Para o Brasil, essa redução no volume de açúcar exportado pode abrir novos mercados e garantir um preço melhor para o produto nacional.
Mel brasileiro está proibido na União Européia
Genebra (AE) – A União Européia (UE) proibiu a entrada de mel brasileiro, alegando falta de controle de resíduos biológicos nos produtos exportados pelo País. Em decisão tomada na semana passada pelo Comitê Sanitário da Europa, Bruxelas optou por fechar o mercado até que o Brasil cumpra todas as determinações exigidas pela Comissão Européia. A medida será publicada nos próximos dias no diário oficial europeu.
No fim do ano passado, uma missão de técnicos da comissão visitou o Brasil para avaliar a situação das exportações de mel e fez uma série de recomendações aos produtores e ao governo. Agora, porém, optou por bloquear as importações, diante da falta de medidas adotadas pelo governo.
Como resposta, o Ministério da Agricultura criou esta semana o Programa Nacional de Controle de Resíduos Biológicos, que avaliará a situação dos testes sobre o mel, além de carnes, leite, ovos e pescados. O plano prevê exames de sete resíduos, além dos que já eram controlados. O governo admite que a entrada do mel nacional seria impedida diante da ?não implementação dos compromissos anteriormente firmados em relação ao monitoramento do produto ?. Com o programa de controle, o governo espera que o embargo seja revisto.
O problema é que, apesar das medidas, os prejuízos já começaram a ser contabilizados pelas empresas. O governo reconhece que a barreira irá causar ?um impacto social grande para o País?.
?Segundo os apicultores, a produção de mel brasileira é feita em sua maioria por pequenos produtores?, afirma uma nota do Ministério da Agricultura. Segundo os dados oficiais, o Brasil exportou 14,4 mil toneladas de mel em 2005, somando US$ 18,9 milhões em receitas. Os maiores exportadores são os estados de São Paulo, com US$ 7,72 milhões, Ceará, com US$ 3,4 milhões, e Piauí, com US$ 3,05.
