O Paraná lidera a produção de milho no País, com perspectiva de produzir 22% da safra nacional, com 7,09 milhões de toneladas. Os dados são da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, que registra ainda uma produção estimada na região Centro-Oeste, de 3,65 milhões de toneladas. De acordo com levantamento do Deral – Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, a previsão é ainda mais otimista, com uma produção de 7,18 milhões de toneladas.

Os outros dois estados que seguem o Paraná na produção de milho são Minas Gerais, com previsão de colheita de 5,9 milhões (18,3%), e Rio Grande do Sul, com 4,7 milhões (14,8%). De acordo com a Conab, a produção brasileira de milho, na primeira safra de 2004/05, é estimada em 32,2 milhões de toneladas, superior em 2% à da safra passada. Caso a safrinha repita a produção obtida em 2003/04, de 10,4 milhões de toneladas, a safra nacional poderá totalizar 42,9 milhões de toneladas, um incremento de 1,9% em relação a 2003/04.

Mercado

A estimativa de plantio da safra 2004/05 é de uma área de 1,25 milhão de hectares, uma redução de área em relação à safra 2003/04 de 7,5%. “Conforme já amplamente comentado, a decisão do produtor, de trocar o milho por soja, deve-se à maior estabilidade da cadeia produtiva e do mercado, maiores facilidades para entrega e comercialização do produto e, principalmente, a liquidez constante”, explicou a engenheira agrônoma da Seab, Vera Zardo.

Segundo Vera, o produtor de milho, devido ao aumento do custo de produção – estimado em 17% – e pela falta de uma garantia na comercialização, como uma venda antecipada, sente-se “inseguro em apostar no plantio”. “Novamente o produtor vai garantir a liquidez com a soja e optar por milho na segunda safra”, acredita.

Mesmo considerando as condições normais de clima, a produção estimada em 7,18 milhões de toneladas, será 6,6% inferior. O relatório desta semana do Deral indica que 92% das lavouras de milho, já plantadas, estão apresentando um bom desenvolvimento, sendo beneficiadas pelo clima.

De acordo com os técnicos da Secretaria da Agricultura, projetando-se um aumento da área de milho safrinha de aproximadamente 15%, e considerando uma recuperação da produtividade, a estimativa de produção total de milho para a safra de 2004/05 é de 13 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 16% em relação à safra 2003/04, quando foram colhidas 11,15 milhões de toneladas.

Comercialização

Os preços no mercado interno continuam em baixa, neste mês. Apesar dos poucos negócios, a safra vai sendo escoada aos poucos e o estoque de passagem este ano será menor.

Os grandes consumidores estão abastecidos e alguns até fora do mercado. O preço médio no Paraná, que no início deste mês girava em torno de R$ 13,97/saca, está cotado hoje a R$ 13,75. No ano passado, no mesmo período, o preço do milho era de R$ 14,39 e o volume retido com o produtor era maior, porém as condições de mercado para exportação estavam melhores. A paridade exportação na região de Ponta Grossa era de R$ 17,70/saca, atualmente as exportações estão liquidando para o produtor, naquela região, menos de R$ 15,00. Portanto, no curto prazo não há perspectiva de reação significativa nos preços.

Colheita da safra de cana chega a 79%

A colheita de cana-de-açúcar nas lavouras paranaenses chegou a 25,4 milhões de toneladas acumuladas, ou 79,1% das 32,1 milhões de toneladas previstas como oferta potencial de matéria-prima para a safra 2004/2005, informou o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná.

A operação vem sendo prejudicada pelas chuvas. O atraso na safra do Estado, segundo maior produtor brasileiro de álcool e terceiro de cana e açúcar, foi agravado no mês de outubro com as chuvas que atingiram as principais regiões produtoras.

Na região de Umuarama, que concentra 25% da oferta de cana do Paraná, o acumulado de chuva ficou em 256,8 mm no mês passado, ante 111 mm em outubro de 2003. Já em Maringá, com 16% da produção da cana paranaense, o acumulado chegou a 318,4 mm em outubro, quase o triplo dos 108 mm do mesmo período do ano passado.

Se as previsões se concretizarem, o Paraná deve produzir 1,9 milhão de toneladas de açúcar e 1,2 bilhão de litros de álcool.

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