A partir de hoje o Paraná poderá receber diversos produtos e subprodutos de carnes e vegetais do Mato Grosso do Sul, exceto aqueles provenientes de cinco municípios – Eldorado, Itaquiraí, Iguatemi, Japorã e Mundo Novo -, considerados ?de risco sanitário.? A resolução que regulamenta o ingresso de produtos procedentes do Mato Grosso do Sul foi publicada hoje no Diário Oficial do Estado e já está em vigor.

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Conforme a decisão, está autorizado o ingresso de carnes e miúdos de ave in natura, além de carne suína in natura desossada e miúdos de suínos, obtidos em estabelecimentos com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e destinados diretamente a estabelecimentos também com SIF, além de produtos industrializados que tenham recebido tratamento suficiente para a inativação do vírus da febre aftosa. Também ficou liberado o ingresso de peles e couros em qualquer fase de processamento industrial, peixes e alevinos, produtos e subprodutos de origem animal, destinados diretamente à exportação e, conforme já havia autorizado anteriormente, carne bovina desossada e maturada.

A resolução mantém a proibição de ingresso no Paraná de animais vivos, seus produtos e subprodutos, como também materiais de multiplicação animal originários ou provenientes, em trânsito, do estado vizinho. Além disso, reforça a intensificação da fiscalização na divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul, através de vistoria e desinfecção dos veículos procedentes daquele estado e, determina o rastreamento, exame clínico e vigilância soroepidemiológica dos animais suscetíveis à febre aftosa, procedentes do Mato Grosso do Sul, que ingressaram no Paraná nos últimos 60 dias.

A decisão foi comemorada por autoridades do Mato Grosso do Sul, que já pensam em novos acordos. ?Estamos negociando a liberação de mercadorias que passam pela zona-tampão, mostrando que temos todo o controle sanitário da área, para que o Paraná libere esta rota. A BR-163 é a via de maior fluxo de saída de mercadorias de Mato Grosso do Sul?, disse Raufi Marques, da coordenação geral do governo do MS.

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A Secretaria da Agricultura vai realizar a partir do dia 28 em várias regiões o Fórum Regional ?Paraná na Luta Contra a Febre Aftosa?, onde serão discutidas ações de combate ao vírus da doença. O encerramento do Fórum será dia 1.º de novembro em São José dos Pinhais, com o ato de lançamento da segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa deste ano.

Apesar da promessa, não se sabe de onde virá o dinheiro nem quanto

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Brasília (AE) – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e o governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, divergiram em público ontem sobre o teor da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de garantir indenização aos proprietários de animais sacrificados na área atingida por focos da febre aftosa. Zeca disse que o governo pagará a ?todos? os pecuaristas, mesmo os culpados pela doença. Rodrigues avisou, no entanto, que só ?quem cumpre a lei adequadamente? receberá o benefício. Ninguém, no entanto, disse de onde sairá o dinheiro e quanto será liberado. Segundo o governador, há uma proposta de produtores do estado de que o governo pague R$ 1.500 de indenização por cabeça abatida.

Rodrigues disse que o presidente deixou claro que não faltarão recursos para as indenizações e para o fundo de emergência, criado pelo governo do Mato Grosso do Sul, voltado a cerca de 3.500 produtores de cinco municípios da área atingida pelos focos da aftosa. Na reunião, Lula fez uma reclamação em tom de crítica a Zeca do PT, conforme relato do próprio governador. ?Zeca, Mato Grosso do Sul atrapalhou minha viagem à Rússia. Em vez de cuidar de outros negócios, eu só tinha de responder sobre febre aftosa? teria dito o presidente, que esteve em Moscou no início da semana, onde pediu ao presidente Vladimir Putin que limitasse o embargo à carne do Mato Grosso do Sul. O governador do Mato Grosso do Sul insistiu, no encontro com o presidente, que os focos de aftosa no estado são resultado do contrabando de animais do país vizinho.