A produção da indústria paranaense cresceu 1,5% no mês de fevereiro, em comparação a fevereiro de 2008. O Paraná foi o único estado com desempenho positivo entre as unidades da Federação pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).

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A produção do estado avançou 5,7% em fevereiro, ante a de janeiro, na série com ajuste sazonal, após acréscimo de 8,2% em janeiro. A média móvel trimestral ficou em 0,4%, interrompendo dois trimestres de queda, como mostra a pesquisa divulgada nesta segunda-feira (6) pelo IBGE.

Segundo Julio Suzuki, coordenador do núcleo de conjuntura do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o crescimento registrado em fevereiro pode ser atribuído ao desempenho positivo de dois dos principais segmentos: o de alimentação e do setor de edição e impressão.

Suzuki destacou que das 14 atividades pesquisadas seis tiveram taxas positivas – a contribuição mais importante foi a do setor de edição e impressão, com 184,5%. “Nos últimos doze meses, essas empresas aumentaram sua produção em 60%”, explicou.

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Esse crescimento atípico foi explicado também pelo aumento de encomendas governamentais de livros brochuras ou impressos didáticos para atender o início do ano letivo, aponta a pesquisa do IBGE. O coordenador do Livro Público Didático da Secretaria de Estado da Educação, Jairo Marçal, disse que se depender do governo o setor de edição e impressão continuará contribuindo para o crescimento da produção industrial do estado.

Segundo Marçal, só no início do ano, foram 1,1 milhão de exemplares. Uma terceira edição do Livro Público Didático, acrescentou, está sendo concluída.

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O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Paraná , Sidney Parciornik, disse que a indústria gráfica do estado tem abocanhado parte do mercado nacional do livro didático, já que lá estão concentradas grandes editoras que vendem praticamente para todo o Brasil. “Tivemos recentemente a reforma ortográfica, o que também ampliou a tiragem de dicionários atualizados. Foi um item que, com certeza, fez crescer a nossa produção gráfica”.

Segundo o presidente do sindicato, muitas empresas aproveitaram o câmbio baixo do dólar – antes da crise mundial – para investir na modernização de seus equipamentos e na compra de novas máquinas. “No meu caso, produzi mais porque fiz investimentos em máquinas. Houve um incremento de 20% a 25% na produção e no faturamento de minha gráfica. E isso possibilitou a contratação de oito a dez funcionários”.

A indústria de alimentos cresceu 7% em relação a fevereiro do ano passado, com destaque para a fabricação de carnes e miudezas de aves; tortas, bagaços e farelos da extração do óleo de soja. “Não podemos esquecer que o Paraná é o maior produtor nacional de aves. Temos aqui o agronegócio impulsionando o crescimento do setor”, lembra Suzuki. O estado é o principal produtor e exportador do Brasil, responsável por 27% da produção nacional.