O Paraná ficou com a 23.ª posição no estudo que avaliou investimentos públicos sobre o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese/PR).
Em 2007, o investimento em relação ao PIB do Estado chegou a 0,46%. No período acumulado entre 2001 e 2007, a quantidade investida pelo Paraná em relação ao seu PIB chegou a 0,77%. As médias estaduais ficaram menores que a média nacional, de 0,72% em 2007 e 0,84% no acumulado entre 2001 e 2007.
Quem lidera os investimentos públicos sobre o PIB são os estados do Tocantins (com 6,54% em 2007 e 8,97% no acumulado entre 2001 e 2007), Acre (com 6,73% em 2007 e 7,29% no acumulado) e Roraima com 3,50% no ano retrasado e 3,61% no acumulado.
O Paraná ficou melhor que quatro estados: Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Este último apresentou o pior resultado no acumulado (0,38%) e 0,21% em 2007.
“O baixo PIB desses estados menos desenvolvidos justifica as primeiras colocações. Ou seja, quaisquer investimentos feitos pela administração refletem com maior intensidade no resultado final. Além disso, são estados novos e que estão em constante desenvolvimento, logo, investindo mais que estados como o Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, que já contam com elevada infraestrutura”, avalia o economista do Dieese-PR, Cid Cordeiro.
Em valores de investimentos, o Paraná ocupa a quinta posição – com o acumulado de R$ 8,4 bilhões, fica atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Acre e Roraima, que ficaram nas primeiras posições anteriormente, investiram R$ 2,4 bilhões e R$ 1,1 bilhão, respectivamente.
Com relação à maneira com que esses resultados interferem na população, o presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge/PR), Valter Fanini, explica que a atual colocação do Estado é resultado do pouco investimento feito no passado.
“Só aumentamos nosso crescimento se investirmos, isso não aconteceu no passado”, critica. A reportagem de O Estado questionou a Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral (SEPL) sobre o desempenho do Paraná no estudo, mas não obteve resposta.
Nacional
Se em âmbito estadual os investimentos foram baixos, o resultado do Brasil, se comparado com outros países, também deixou a desejar. De acordo com Fabiano Camargo, também economista do Dieese-PR, a situação brasileira é muito ruim.
“Enquanto a China investe quase 20% (19,54%) de seu PIB, a média do Brasil é de 1,70%. Entre 28 países emergentes, o Brasil ocupa a penúltima colocação, superando apenas o Turcomenistão, que registrou 1,06% de média de investimento”, explica. Segundo o estudo, a média de investimento dos 28 países emergentes é de 5,90%.
