O empresário Lucas Rabbers, de 40 anos, sócio da Agropecuária Harm, no município de Castro, no Paraná, é um exemplo de que a pecuária de leite tem tudo para dar certo no Brasil. Dono de 270 vacas criadas confinadas, que no período de lactação produzem juntas 8 mil litros de leite por dia, ele é um dos mais eficientes criadores de gado holandês da região dos Campos Gerais, uma área de terra arenosa, a 150 quilômetros de Curitiba.

Cada animal que passa pela ordenhadeira computadorizada da fazenda, desde a primeira coleta de leite, às 3h, produz, em média, 30 litros por dia. Da vaca mais produtiva do rebanho, Rabbers consegue obter 60 litros de leite diariamente, índice de causar inveja a pecuaristas de primeira linha em países do Hemisfério Norte. Nos Estados Unidos, por exemplo, a produtividade diária das vacas leiteiras varia entre 39 e 49 litros. “Sou um holandês puro de origem”, brinca Habbers, fazendo analogia à classificação normalmente usada para designar os rebanhos. O pecuarista nasceu no distrito de Castrolanda, em Castro (PR), filho de um casal de imigrantes holandeses que integrava a Cooperativa Agropecuária Castrolanda, constituída na Holanda para funcionar no Brasil.

O casal desembarcou no Porto de Santos (SP) em 1951, com 20 vacas holandesas na bagagem. “Como na época ninguém trazia dinheiro vivo para o Brasil, metade do rebanho meu pai vendeu no porto de Santos para cobrir as despesas. Os outros animais seguiram de trem para Castrolanda.  Do que restou, boa parte do gado morreu”, lembra Rabbers. A partir daí, diz ele, os pecuaristas imigrantes começaram a tirar o leite das vacas da região, depois vieram os animais do Uruguai, da Argentina. Com o boom da soja nos anos 70, muitos imigrantes abandonaram a atividade.

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