Paraná decide em janeiro se sacrifica 2.212 cabeças de gado

O governo do Paraná vai decidir se irá sacrificar, ou não, as 2.212 cabeças de gado da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, apenas no dia 11 de janeiro. A informação é do vice-governador e secretário estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Orlando Pessuti, que passou o dia todo ontem reunido com técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Curitiba. O sacrifício sanitário foi recomendado pelo Ministério da Agricultura, mas o governo estadual só deve aplicar a medida com a aprovação pelas entidades da cadeia produtiva que fazem parte do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa).

?Nós vamos submeter essa manifestação do Ministério da Agricultura ao Conesa para que deles tenhamos autorização favorável, ou não, quanto ao sacrifício dos animais?, afirmou Pessuti. Segundo ele, as 35 entidades que fazem parte do Conesa – entre elas o Sindicarne-PR, Faep, Ocepar, Sindileite e outras – seriam convocadas a partir de ontem para reunião marcada para o dia 11 de janeiro. É que conforme o regimento do Conesa, uma reunião extraordinária precisa ser convocada com, no mínimo, 15 dias de antecedência.

Até lá, afirmou Pessuti, a idéia é tomar todas as providências para que o sacrifício seja viabilizado, caso aceito. ?Não adianta decidir hoje: vamos sacrificar os animais e ir para São Sebastião com uma pistola. É preciso tomar todas as providências, inclusive de caráter ambiental. Não se pode enterrar os animais em qualquer lugar?, apontou.

Não concorda

Pessuti voltou a afirmar que o governo do Estado continua não concordando com o sacrifício dos animais. Mas, diante da posição do Mapa em não cancelar o decreto, o sacrifício é uma das alternativas para que o Paraná reconquiste, o quanto antes, o status de área livre de aftosa. ?Segundo os técnicos do Ministério da Agricultura, não existe qualquer possibilidade de retroceder no que diz respeito à decretação de foco em São Sebastião da Amoreira. Eles entendem que, tecnicamente, existe a infecção e que há a necessidade de nós adotarmos o procedimento de sacrifício dos animais?, afirmou Pessuti. Segundo ele, caso o sacrifício seja de fato adotado, os recursos para a indenização deverão vir do governo federal.

Segundo o vice-governador, o Mapa alega que o foco no Paraná foi decretado com base em ?preceitos técnicos, estabelecidos e aceitos internacionalmente?. ?Na visão deles, não há como retroceder. A minha (visão) é diferente, mas como prevalece a visão do ministério, eu vejo como difícil nós, neste momento, conseguirmos cancelar o foco de São Sebastião da Amoreira?, admitiu.

Apesar de o resultado da reunião não ter sido favorável – o governo estadual ainda tinha esperanças de reverter a posição do Mapa -, Pessuti avaliou o encontro, que durou quase 12 horas, como positivo. ?É a primeira reunião que estamos tendo em 67 dias?, afirmou. ?O resultado não é aquele que gostaríamos que fosse, mas nem tudo na vida acontece como a gente quer?, reconheceu.

 ?Sorteio?

Com relação às 879 propriedades rurais interditadas, onde o rebanho ainda não foi vacinado, ficou definido ontem que haverá uma espécie de ?sorteio?, onde algumas serão selecionadas para que os animais façam novos exames. ?O Ministério da Agricultura fará um sorteio esta semana das propriedades onde será feita a coleta de sangue para verificar se circulou ou não o vírus também nessas propriedades. As que não forem sorteadas estarão autorizadas para vacinar seu rebanho?, explicou.

Já entre as sorteadas, será feita uma amostra de 15 a 60 animais por propriedade, que serão submetidos a exames. ?Esses animais serão identificados, separados do conjunto. Os demais serão vacinados.? Foi discutida ainda uma nova flexibilização do trânsito dos animais na área considerada de risco sanitário.

Sobre a ação na Justiça, que o governo estadual prometeu impetrar contra o Ministério da Agricultura, Pessuti afirmou que a questão está sendo analisada pela Procuradoria Geral do Estado. Mas adiantou que a Justiça será o caminho a ser percorrido. ?Para a Justiça temos que ir: seja para nos defender ou para cobrar de alguém a responsabilidade por aquilo que está acontecendo hoje no Estado do Paraná?, arrematou. 

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