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Newton Pohl, Gabriel Maciel, Felisberto Baptista e os deputados Moacir Michelleto e Osmar Serraglio na reunião em Brasília. |
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, divulgará, provavelmente amanhã, o resultado de análises feitas em material colhido de animais que ocupam fazendas do Paraná que estão interditadas desde o ano passado. A informação é do secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Newton Pohl Ribas, que se reuniu ontem, juntamente com representantes de criadores e parlamentares do Estado, em Brasília, com Maciel.
Esses exames indicarão se o vírus da febre aftosa circula ou não pela região. Caso os exames comprovem que não há atividade viral, o trânsito e o comércio de animais serão liberados. Atualmente, essas atividades estão bloqueadas. As fazendas estão interditadas desde o ano passado, quando foram diagnosticados focos de febre aftosa no Paraná, nos municípios de Grandes Rios, Bela Vista do Paraíso, Maringá, São Sebastião da Amoreira e Loanda, depois da confirmação de casos no Mato Grosso do Sul.
Em 28 de março, o Paraná sacrificou o último animal que estava na área infectada pela doença. Cerca de sete mil animais foram sacrificados, informou a secretaria. No começo de maio, explicou Dias, veterinários recolheram material de 9.649 animais sentinelas que ocupam as fazendas. Esse material foi enviado para análise na unidade do Lanagro, em Recife.
?Viemos cobrar a divulgação desses resultados?, contou Ribas. Ele contou que o secretário Maciel disse que os resultados serão liberados nos próximos dias. Para justificar a demora na divulgação do resultado, Gabriel disse, segundo o secretário, que os técnicos do ministério que trabalham nos laboratórios fizeram greve, o que dificultou a análise. Segundo Ribas, o governo federal também alegou falta de dinheiro para comprar os insumos que permitem a análise.
O repovoamento das fazendas com animais sentinelas – bezerros com baixa imunidade e que contraem rapidamente a aftosa se o vírus estiver na região – é o segundo estágio exigido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para que uma região ou Estado volte a ter reconhecimento internacional em termos sanitários.
O primeiro estágio é o vazio sanitário, ou seja, isolamento da área por 30 dias. No caso do Paraná, o primeiro animal sentinela foi colocado numa fazenda do município de Grandes Rios no dia três de maio. Esse segundo estágio demanda 45 dias. ?Não houve e não há até agora nenhum sinal que os sentinelas possam estar doentes?, afirmou o secretário paranaense. ?Estou muito otimista. Não há mais circulação viral?, completou.
No total, os municípios onde foram diagnosticados os focos no Paraná abrigam 118 mil animais em 885 fazendas. Desde a descoberta dos casos, os animais dessa região deixaram de ser vacinados como forma de não ?encobrir? o vírus. No Paraná, as vacinações acontecem em novembro e maio.
?Para os produtores, tempo é dinheiro. A cada dia de demora, agrava-se a crise. Precisamos que esses resultados sejam liberados o quanto antes?, afirma Alexandre Kiref, presidente da Sociedade Rural do Paraná. Ele acompanhou o secretário na reunião em Brasília. André Carioba, dono da Fazenda Cachoeira, também participou do encontro. ?Viemos reivindicar o fim do embargo ao Paraná?, resumiu. ?Precisamos movimentar animais para iniciar a engorda o quanto antes?, completou.
Outra preocupação do secretário Newton Pohl Ribas são os 118 mil bovinos de 885 propriedades que não foram vacinados contra a aftosa, nem podem ser até que os resultados dos exames sejam divulgados. ?Esses animais estão suscetíveis à doença, caso de fato exista o vírus na região?, alerta o secretário.